Iniciativa quer evitar que smartphones e laptops usem materiais de regiões em conflito como o Congo
Há anos, minérios usados na fabricação de produtos tecnológicos, como smartphones e laptops, têm sido a causa de sangrentas lutas na África. Entre os minérios, estão cassiterita, volframita, coltan e ouro.
No fim dos anos 90, as tensões descambaram no conflito mais sangrento do planeta desde o fim da Segunda Guerra Mundial, envolvendo o exército congolês, milícias locais, forças de Ruanda, Burundi e mais seis países.
Chamada de Segunda Guerra do Congo ou Guerra do Coltan, ela terminou oficialmente em 2003. Mas a paz nunca chegou de fato à região, que segue castigada por violência, exploração, ausência de direitos humanos básicos, fome e doenças.
No ano passado, o Link destacou o documentário Sangue no Celular, do diretor Frank Poulsen, que mostra de perto as condições das minas do Congo.
Segundo a nova legislação, as empresas teriam que conduzir uma investigação “razoável” para determinar a procedência de seus minérios e reportar os resultados à SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA) e ao público em geral, através de seu site oficial.
Num raking elaborado pela ONG Enough Project, a Nintendo foi considerada a pior empresa no sentido de tentar limpar a procedência dos materiais que usa. Veja aqui o ranking.
O SEC, porém, não tem autoridade para punir empresas que compram materiais de regiões em conflito. Muitas empresas rechaçam as investidas do órgão.
A própria Câmara do Comércio americana tem ameaçado processar o SEC, segundo o Enough Project. “Eles dizem que o custo de limpar as cadeias de fornecimento são muito altos para as empresas”, disse Darren Fenwick, da ONG.
Outros fabricantes, porém, como Microsoft, Intel e HP, têm ido para o outro lado e estabelecido por conta própria programas de uso de minérios que não vêm de zonas conflituosas.
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