Facebook analisará contexto de conteúdo

Após vídeos de decapitação, Facebook muda regras e diz que fará 'análise de contexto' antes de remover conteúdo

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Por Murilo Roncolato
Atualização:

Após críticas sobre vídeos de decapitação, Facebook muda regras e diz que fará ‘análise de contexto’ antes de remover conteúdo

SÃO PAULO – Em maio, um vídeo de uma mulher sendo decapitada por um homem mascarado, no México, se espalhou pela web, principalmente pelo Facebook, onde foi largamente compartilhado. A violência era extrema e o conteúdo explícito era repugnante. Apesar do posicionamento inicial defendendo a liberdade de se compartilhar o que quiser na rede, o Facebook voltou atrás e baniu o vídeo. De lá para cá, o site já liberou a possibilidade de adolescentes liberarem seus posts para acesso público e voltou a liberar vídeos considerados violentos. Agora, a rede voltou atrás mais uma vez e anunciou novas regras para a situação.

 

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“Há tempos o Facebook é um lugar onde as pessoas vão para compartilhar suas experiências, particularmente quando se deparam com situações controversas, como abusos aos direitos humanos, atos de terrorismo e outros eventos violentos”, diz o comunicado da última terça, 22. “As pessoas compartilham vídeos desses eventos no Facebook para condená-los. Se eles estivessem sendo celebrados ou as ações contidas neles encorajadas, a nossa abordagem seria diferente” e continuavam dizendo que estavam trabalhando para “dar às pessoas mais controle sobre o conteúdo que veem”, o que poderia vir em forma de um aviso sobre a imagem alertando para o conteúdo ou através de um controle geral que defina o nível de violência ou de sexo explícito que o usuário aceita ver em sua timeline.

Após novos comentários e críticos da mídia e de usuários, o Facebook soltou um novo comunicado, com as tais regras melhor explicadas, que teriam o objetivo de “combater a glorificação da violência”.

“Primeiramente, quando revisamos conteúdo que nos são notificados, daremos um olhar mais holístico sobre o contexto que envolve a imagem ou vídeo violentos, e removeremos conteúdos que celebram a violência”, diz o texto. “Em segundo lugar, vamos considerar se a pessoa que posta o conteúdo o está compartilhando com responsabilidade, como colocando um aviso e compartilhando o vídeo ou imagem com uma indicação da faixa etária mais apropriada.” E encerram dizendo que após fazer tal avaliação sobre o vídeo da decapitação, decidiu por removê-lo definitivamente.

Peso e medida

As ações de prevenção do Facebook já foram criticadas pelo exagero ou por falta de uma análise mais rigoroso de contexto, como prometem fazer de agora em diante. A capa de um álbum da banda Scissor Sisters e a imagem publicitária de uma joalheria – com uma boneca sem roupa – já foram proibidas pelo site.

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Em abril deste ano, fotos de uma mulher amamentando seu filho foram censuradas pelo Facebook, que se desculpou após receber uma chuva de críticas e se tornar objeto de piada. “Um membro de nossa equipe removeu acidentalmente algo que você postou no Facebook. Foi um erro e nós pedimos desculpas por isso”, diria a mensagem enviada para a norte-americana Kristy Kemp, que chegou a ser suspensa da rede.

Crítica de gente grande

O primeiro-ministro britânico, James Cameron, se manifestou sobre o posicionamento do Facebook e o chamou de “irresponsável”.

“É irresponsabilidade do Facebook postar vídeos de decapitação, especialmente sem um aviso. Eles devem explicar suas ações aos pais preocupados”

“Estou satisfeito que o Facebook mudou sua posição quanto a vídeos de decapitação. O teste agora é garantir que a política deles será rígida para proteger as crianças [de ver as imagens inadvertidamente]“

—-Leia mais:Facebook antissocial

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