Facebook inaugura seu primeiro centro para startups do mundo em São Paulo

Estação Hack terá aulas gratuitas de programação, desenvolvimento e empreendedorismo digital para jovens de baixa renda, além de coworking para startups

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Por Mariana Lima
Atualização:
Estação Hack vai iniciar primeiras turmas de cursos de empreendedorismo e programação Foto: Thiago Queiroz/Estadão

O Facebook inaugurou, em São Paulo nesta segunda, 11, o seu primeiro centro de apoio à inovação no mundo. No espaço, chamado de Estação Hack, a empresa oferecerá aulas de programação, desenvolvimento e empreendedorismo digital para jovens de baixa renda, além de um espaço de trabalho compartilhado (coworking) para acelerar dez startups de impacto social.

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A Estação Hack é considerada o maior investimento do Facebook na América Latina. Sem ter acesso aos valores oficiais, o Estado apurou que a empresa multinacional gastará, em média, R$ 6,5 milhões por ano para manter os projetos funcionando, levando em consideração os custos como aluguel do andar, estações de trabalho, as 7,4 mil bolsas de estudo que serão oferecidas anualmente e um programa de aceleração de startup.

O projeto surgiu poucos meses depois de o Facebook anunciar a mudança de missão como companhia. Em junho, Mark Zuckerberg disse que a empresa tinha como meta aproximar pessoas, algo diferente a ideia de simplesmente dar voz e conexão para seus usuários.

“O investimento é uma das formas que o Facebook encontrou de devolver ao Brasil o que o País já fez pela empresa”, disse Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook e Instagram para América Latina, durante o evento de inauguração da Estação Hack, ao lembrar que o Brasil é um dos maiores mercados para a empresa no mundo.

O projeto demorou três meses entre o início das obras e a data de inauguração. Já a programação, segundo Dzodan, foi definida tendo como base uma pesquisa feita pela Morning Consult, encomendada pelo Facebook sobre dados sobre o mercado de trabalho no Brasil.

“O estudo mostrou que 82% dos micro e pequenos negócios acreditam que as habilidades digitais são mais importantes na hora de contratar do que a escola em que o candidato estudou. Além disso, 85% diz que recrutar profissionais capacitados é considerado um desafio. A nossa ideia é ajudar a resolver esses dois problemas”, diz o executivo.

Aulas. A estudante Edivânia Souza, de 21 anos, é uma das cem primeiras alunas do curso de programação da Estação Hack. Moradora de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, diz que está ansiosa para enfrentar horas nos ônibus até o espaço do Facebook, na Avenida Paulista, para aprender a programar.

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“Eu sempre quis programar, mas os cursos normalmente são caros e voltados para o público masculino. Eu tinha vergonha e minhas condições financeiras não permitiam fazer essas aulas. Eu decidi me inscrever nesse programa porque ele era voltado para pessoas que não tinham muito conhecimento de programação, como eu. É uma forma de melhorar meu currículo e ainda me dar uma satisfação pessoal”, diz a estudante.

Empreendedorismo. O ambiente também servirá de espaço para a aceleração de dez startups de impacto social. O acompanhamento será feito pela Artemisia, organização sem fins lucrativos que fomenta negócios voltados para soluções de problemas sociais.

O processo de aceleração acontecerá entre janeiro e junho de 2018. As empresas selecionadas são: Kunla, uma plataforma que permite mães trabalharem em sua própria comunidade; TAQE, um jogo que prepara as pessoas para o mercado de trabalho; Banco Maré, uma startup de serviços bancários para regiões sem acesso ao sistema financeiro; SmartSíndico, um aplicativo que ajuda a administração mais inteligente de prédios; Redação Online, uma solução que viabiliza a correção de redações preparatórias para o ENEM; Diaspora.Black, uma plataforma de hospedagem focados em interessados pela cultura negra; YouTrendz, marketplace para micro e pequeno empreendedor; Pluvi.On, rede de sensores para prever fatores climáticos; Muove, plataforma que identifica ineficiência em finanças públicas e Simbiose Social plataforma de gestão de projetos.

Vídeo 360. O Facebook lançou ainda o Projeto Cineastas 360 para que alunos de escolas públicas aprendam a produzir, editar e fazer rorteiros de filmes em 360º. Para isso, a empresa conta com a ajuda da organização não governamental Recode, que dará a capacitação de crianças e professores. Os equipamentos -- um Gear VR, um celular Samsung, a câmera e um tripé - serão dados pelo Facebook.

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