PUBLICIDADE

Facebook mudará sistema de anúncios após acusações de práticas discriminatórias

Durante anos, grupos de proteção ao consumidor e aos direitos humanos denunciaram de forma ampla práticas discriminatórias da plataforma de anúncios do Facebook

Por Redação Link
Atualização:
Facebook mudará sistema de anúncios para combater práticas discriminatórias 

O Facebook anunciou nesta terça-feira, 19, que implementará mudanças na sua plataforma de anúncios: a partir de agora, anunciantes de serviços imobiliários, oferta de crédito e vagas de emprego não poderão discriminar o público-alvo das propagandas por raça, sexo, idade e CEP. Com isso, a rede social se afastará da chamada micropersonalização, que permitia, por exemplo, que corretores imobiliários nos EUA escondessem de clientes negros ofertas de casas em determinadas regiões da cidade. 

PUBLICIDADE

A mudança do Facebook é o resultado de um acordo entre a companhia e a Justiça dos EUA para um processo de discriminação em anúncios imobiliários. Durante anos, grupos de proteção ao consumidor e aos direitos humanos denunciaram de forma ampla práticas discriminatórias da plataforma de anúncios do Facebook. Em setembro de 2018, a União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) processou o Facebook por práticas discriminatórias em anúncios relacionados a vagas de trabalho – segundo a ONG, empregadores estavam direcionando anúncios de vagas apenas para pessoas abaixo dos 45 anos. 

Em 2016, a organização ProPublica denunciou que anúncios imobiliários escondiam anúncios de casas de negros, latinos e asiáticos. Na época, o procurador-geral do Estado de Washington fez um acordo com a rede social, o que acabou derrubando diversos anúncios da plataforma. Em março de 2018, a Aliança por Moradia Justa acionou o Facebook na justiça por supostamente discriminar famílias com crianças ou deficientes ao limitar a visibilidade de anúncios de venda e aluguel de casas. 

O Departamento de Justiça dos EUA já tinha se manifestado sobre o assunto, dizendo que o Facebook poderia ser considerado responsável por ferramentas para anunciantes que impedissem as pessoas de acessar anúncios imobiliários. 

Dessa maneira, o Facebook diz que implementará até o final de 2019 barreiras tecnológicas para como anúncios imobiliários, vagas de emprego e propagandas de crédito podem restringir seus públicos. Além disso, a rede social anunciou que sua plataforma também terá barreiras para eliminar a discrminação por orientação sexual, etnia, raça, preferência política, religião e outras características protegidas por leis municipais e estaduais nos EUA. 

"Estamos tomando todas as medidas que podemos para proteger as pessoas de discrminação na nossa plataforma", disse Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook, ao jornal Washington Post. Anteriormente, a empresa confiava que os próprios anunciantes se regulariam para atender as políticas antidiscriminatórias da plataforma. Ela não comentou se as práticas anteriores do Facebook eram ilegais.

O Post acredita que a mudança pode tornar a plataforma publicitária do Facebook menos valiosa – em 2018, 98% da receita da empresa foi originada. O Facebook ainda enfrenta outro processo do Departamento de Moradia e Desenvolvimento Urbano dos EUA também relacionado à discriminação imobiliária. 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.