Facebook vai explicar uso de dados pessoais

ONG que critica uso de dados pessoais pelo Facebook fará audiência com Facebook e autoridades europeias

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

ONG que critica uso de dados pessoais pelo Facebook fará audiência com Facebook e autoridades europeias

SÃO PAULO – Os estudantes austríacos da organização não-governamental Europe vs. Facebook conseguiram mesmo incomodar a rede social. No dia 6 de fevereiro, os membros da ONG terão uma reunião com o Facebook e congressistas dos EUA e da Irlanda. Eles querem chegar a uma solução amigável para 22 reclamações de usuários que querem ter acesso a seus dados armazenados no Facebook.

 

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A Europe vs. Facebook surgiu quando o estudante de direito Max Schrems e dois colegas começaram a investigar como o Facebook armazena e utiliza os dados pessoais dos usuários. Os estudantes descobriram que há mais de 50 tipos de dados coletados — amizades feitas e desfeitas, status de relacionamentos, cutucadas e até mensagens apagadas.

A sede do Facebook na Europa fica na Irlanda. A lei de proteção de dados europeia prevê que o usuário faça o pedido e receba em até 40 dias tudo o que a empresa armazena sobre ele.

A organização começou então uma cruzada para pedir ao Facebook um relatório com os dados armazenados. Receberam PDFs com até mil páginas de informações pessoais. Tudo está no site.

“Eu espero conseguir mais informações, mas do ponto de vista democrático parece absurdo que dois estudantes consigam barganhar com uma multinacional como o Facebook, representando todos os seus usuários. Isso é como se o consumidor de um mercado negociasse sobre suas regras de higiene. Isso deveria ser feito pelas autoridades”, disse Max Schrems.

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A ONG acusa o govenro irlandês de pegar muito leve com o Facebook. Segundo Schrems, apenas 10% das reclamações dos usuários são atendidas.

 Foto: Estadão

Agora, a Europe vs. Facebook quer falar direto com a União Europeia. E está conseguindo chamar atenção. Tanto que a comissária das Nações Unidas para Justiça, Vivian Reding, citou a ONG para justificar a nova lei europeia de proteção de dados.

“Eu estudei os termos de uso por meses e, ainda hoje, continuo sem saber direito o que eles fazem com os meus dados — é tudo muito vago e obscuro. Também é muito problemático que muitos dos dados removidos por nós da rede não sejam deletados pelo Facebook”, disse Schrems em entrevista ao Link no ano passado.

—-Leia mais:A erosão da privacidade• Facebook impõe Timeline para todo mundo• De que lado está a oposição à Sopa?

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