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Feito à mão

Luva de lycra multicolorida e barata viabiliza a aposentadoria do mouse e o teclado

Por Rafael Cabral
Atualização:

Um dólar, uma webcam e um software. É só isso que você precisa para comandar o computador com o movimento das mãos, aposentando mouse e teclado. Isso é possível porque o estudante do MIT Robert Wang e seu professor Jovan Popovic acabaram de inventar o que o blog Engadget chamou de “a mais fantástica técnica de reconhecimento de gestos até agora”.

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“Girando os dedos, você pode interagir com modelos 3D e, ao abrir as mãos, aproximar um mapa no Google Earth”, explica Wang, “Além disso, os videogames poderão ser jogados de maneira bem mais intuitiva”.

A desvantagem? Você precisa usar essas estrambólicas luvas multicoloridas de lycra aí de cima. O ponto a favor é que elas são baratíssimas (US$ 1), já que não há grande trabalho envolvido na sua feitura. São justamente as suas vinte estampas irregulares, em dez cores, que ajudam a máquina a identificar a posição exata das mãos e transferi-la, em tempo real, para a tela. Wang esclarece: “O algoritmo usa os desenhos desiguais para localizar cada parte do corpo. Depois, compara a imagem a um enorme acervo pré-gravado de posições”. Todo esse processo demora tão pouco tempo que, na hora, o movimento já brota na tela.

Para Yang, as aplicações possíveis são muitas. Se o teclado é melhor para a escrita e o touchscreen deixa a computação mais minuciosa, controlada na ponta dos dedos, o gestual ofereceria uma “interação mais complexa entre homem e máquina” que poderia mudar a maneira como usamos a internet.

O problema ainda é o alcance. Assim como a tecnologia Sixth Sense desenvolvida pelo indiano Pranav Mistry também no MIT (veja ao lado), a tecnologia de reconhecimento de movimentos de Yang e Popovic ainda não captou a atenção da indústria – cuja única iniciativa notável nessa área é o Projeto Natal, da Microsoft, que foi prometido para o fim deste ano.

“O desafio é integrá-la aos equipamentos que já existem e oferecer uma experiência de uso comparável. Meu objetivo é que isso chegue logo aos computadores pessoais”, diz.

Os dois pesquisadores agora trabalham para testar e transplantar jogos para plataforma, que está sendo usada inicialmente em cursos de mecânica.

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Em breve a tecnologia deve ter seu código aberto, para que outros desenvolvedores ajudem a adaptá-la para tarefas práticas.

“É mais fácil fazer algo ‘legal’, descolado, do que algo que as pessoas queiram de fato usar.”

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