SÃO PAULO – A Amazon está lançando mais um dispositivo para ajudar sua TV a ser mais inteligente e reproduzir conteúdos como séries, filmes, apps (de fotos, por exemplo) e games móveis na maior tela da sua casa. Trata-se do Fire TV Stick, um aparelhinho do tamanho de um pendrive que ao ser espetado na entrada HDMI do televisor abre uma interface que permite o acesso a uma série de serviços e apps da loja virtual da Amazon.
O Fire TV Stick garante acesso a serviços de streaming como Netflix, ESPN, Vevo, Bloomberg TV, Hulu (EUA), YouTube e, claro, o Amazon Instant Video – a empresa disse que HBO Go deve chegar em 2015. O objetivo mais claro é competir com o Chromecast do Google. Apesar da aparência similar entre os dois, o Fire TV Stick vem com um controle remoto (sem suporte a voz) e gera a interface para o usuário, enquanto o Chromecast (vendido por US$ 35) apenas reproduz apps e serviços acionados por celular ou tablet (Android, iOS e Windows Phone).
O Amazon Fire TV Stick está em pré-venda por US$ 39 e chegará ao mercado americano no dia 19 de novembro.
A empresa já havia colocado os dois pés nesse mercado ao lançar em abril deste ano seu set-top box chamado Fire TV. Quais as principais diferenças entre eles?
Set-top box vs Dongle
Há outras empresas nesse meio. Todas se dividem em dois tipos de produtos: set-top box (pequenas caixas que gerenciam a transmissão de conteúdo) e os chamados “dongles”, como o Fire TV Stick, o Roku Streaming Stick e o Chromecast.
A Apple tem o seu Apple TV, um set-top box que plugado à TV, garante ao usuário acesso a conteúdo da iTunes e aplicativos de streaming como os demais. Nos EUA, há ainda a Roku TV. A Amazon tem o seu Fire TV, e o Google lançou no último dia 15 o seu Nexus Player.
Ao lançar o seu Nexus Player, muitos questionaram o aquilo significava. A empresa estaria enterrando o seu próprio produto, o Chromecast? Se não, qual a diferença entre os dois?
Há quem ainda ache a ideia de ter os dois uma confusão da empresa , mas o Google aparenta considerar os dois dispositivos produtos diferentes, pois planeja lançar uma nova versão do seu Chromecast logo mais.
Quais as diferenças?
No caso do Google, a diferença mais evidente entre Chromecast e Nexus Player é a interface do usuário. O Nexus Player, assim como os demais set-top boxes, criam uma interface amigável com os serviços e aplicativos (em uma entrada HDMI específica da sua TV), permitindo o uso dos seus recursos através de um controle remoto, o que torna a experiência em algo bem próximo do que já acontece hoje com a TV tradicional.
O Chromecast apenas reproduz o conteúdo de celulares e tablets vinculados à TV, com o app instalado. Isso significa que a TV funciona apenas como um espelho do que acontece no celular, embora uma vez que o conteúdo passa a rodar na TV (imagine o vídeo de um show), o celular pode ser utilizado para outras operações sem interferir na transmissão.
Uma diferença secundária é de performance, já que os set-top boxes possuem poder de processamento e gráfico próprio.
No caso da Amazon, que seguiu o caminho contrário do Google (lançando um dongle após passar a comercializar um set-top box), a diferença é mínima, já que ambos dispositivos geram interface para o usuário.
A maior diferença é a ausência de compatibilidade com o controle de videogame, vendido separadamente para a Fire TV. Além disso, o controle remoto é diferente do vendido para a Fire TV (comercializada por US$ 99) e não possui controle por voz (mas esse recurso ainda pode ser acionado por meio de aplicativo no celular).
Entre as duas, o usuário ainda deve levar em conta a diversidade dos aplicativos e games oferecidos em suas lojas virtuais (Google Play e Amazon Appstore).
Mas, além da clara intenção de competir com o Google, seriam só essas duas diferenças (de hardware) que separam o set-top box do dongle da Amazon?
Segundo o vice-presidente de produtos do Google, Mario Queiroz, o uso do recurso do Chromecast aumentou, em três meses, de 400 milhões (de vezes que o botão foi acionado) para 650 milhões. Além disso, há atualmente 6 mil desenvolvedores produzindo cerca de 10 mil apps, exclusivamente para o Chromecast.
Se não aparecerem mais boas razões, podemos começar a apostar em uma substituição das caixas multimídias pelos discretos dongles em um futuro não tão distante.