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?Fla-Flu? dos games divide fãs no País do futebol

Embate entre ‘PES’ e ‘FIFA’ chega à nova geração; títulos vendem 20% dos jogos no Brasil

Por Redação Link
Atualização:
 

Murilo Roncolato Bruno Capelas

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SÃO PAULO - Na última semana, eles estavam um de cada lado do campo, prontos para o embate. O juiz apitou o início da partida na maior feira de jogos da América Latina, a Brasil Game Show (BGS), na quarta-feira. A briga no evento se encerrou ontem, mas o embate homem a homem continua mesmo fora do campo – ou melhor, nos videogames, em uma rivalidade que dura mais de duas décadas.

Em 2014, não poderia ser diferente: Pro Evolution Soccer (PES), da Konami, e FIFA, da EA, voltam a disputar a atenção dos fãs de futebol. Quem sai ganhando é o jogador – do sofá de casa, é claro.

A Electronic Arts (EA) saiu na frente, aproveitando a BGS para fazer o lançamento do novo FIFA 15. Já a japonesa Konami pode, no máximo, mostrar a versão de demonstração de PES 2015, também disponível gratuitamente em lojas virtuais para PC, Playstation e Xbox – a versão final chega às lojas apenas em 11 de novembro.

Segundo dados da GfK, a cada 10 jogos vendidos no Brasil, dois são de futebol. É atrás dessa fatia que estão Konami e EA. A empresa de pesquisas alemã disse que o Brasil é o país mais interessado pelo gênero, mesmo em comparação com outros grandes mercados como o europeu e o asiático. Produtor sênior de PES 2015, Manolito Hosoda reiterou a importância do País. “O Brasil é o nosso mercado número um nas Américas”, diz ele.

RivalidadeCada um dos jogos tem seus fãs, com argumentos e estilos próprios: FIFA costuma ser apreciado por trazer uma abordagem mais realista dos gramados, enquanto PES conquista quem quer uma abordagem mais divertida do mundo da bola.

Em 2014, a batalha ganha mais um ingrediente: é a primeira vez que os dois jogos chegam à nova geração de videogames – em 2013, a Konami não teve tempo suficiente para produzir PES 2014 para PS4 e Xbox One. Para o brasileiro Gilliard Lopes, que trabalha na equipe de desenvolvimento da Electronics Arts desde 2008, os novos consoles ajudam as empresas a criar gráficos cada vez mais bonitos e realistas, “deixando difícil saber se o que está na tela é um game ou um jogo de verdade”.

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No teste feito pela equipe do Link durante a BGS, FIFA 15 leva a melhor por oferecer gráficos mais atraentes e jogabilidade mais fluida, com experiências próximas ao do real, além de impressionar pela boa narração de Tiago Leifert e Caio Ribeiro. Apesar de causar estranhamento pela lentidão das jogadas, o game da Konami mostra melhorias em relação à decepcionante última edição, e diverte com a narração bem-humorada de Sílvio Luiz.

Times brasileiros Além da jogabilidade e dos gráficos, um aspecto acirra a competição entre FIFA 15 e PES 2015: o licenciamento dos times brasileiros.

Presente em FIFA 14, o Brasileirão não aparecerá no game esse ano graças a uma nova interpretação da lei trabalhista dos jogadores, que tirou da EA o direito de usar sua imagem nos times do País. “Queremos pagar, mas não sabemos para quem. Não existe uma entidade no Brasil que receba pelos jogadores”, diz Lopes.

A produtora tem contrato com os clubes, mas optou por não incluí-los sem os jogadores originais. “Teríamos que fazer jogadores falsos. Deixamos isso para a concorrência”, provoca. A empresa também não negociou com cada jogador. “Não é assim que o FIFA funciona”, explica Lopes.

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Judicialmente, o caso continua sem conclusão. Caso novidades surjam, Lopes não descarta uma atualização do jogo atual. “Não é impossível, mas nunca acrescentamos uma liga inteira no meio do caminho”, alega. Enquanto isso, para ele, quem sai perdendo também são os profissionais da bola. “Acho que eles tentaram tirar um dinheiro a mais e não funcionou. Mas não é bom para ninguém que o jogador fique fora do jogo”, diz.

Já a Konami, por sua vez, resolveu negociar com cada time e cada jogador do Campeonato Brasileiro, e traz a competição como um de seus destaques. Na versão que chega às lojas em novembro, quatro times estarão com licenciamento completo: Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras e Figueirense. Santos e Flamengo também já fecharam acordo, e estarão disponíveis para download posterior. “Temos negociações abertas com mais sete times do campeonato”, avisa Hosoda.

Entretanto, a tática tem falhas: em times que não tem contrato com a empresa, jogadores aparecem com nomes e feições ‘de mentira’. Kaká, do São Paulo, virou “Kadá”, enquanto o goleiro Rogério Ceni virou “Rojeio”. Bola fora.

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