Fora de controle
A tecnologia muda o cérebro? Vicia? Atrapalha a vida? Ou deixa cada geração mais inteligente do que a anterior?
04/07/2010 | 18h00
Por Redação Link - O Estado de S. Paulo
Você gosta mais de conversar com amigos do Facebook do que encontrar amigos da vida real? Sim? Então pode ser que a tecnologia esteja alterando sua personalidade. Alguns especialistas acreditam que o uso excessivo de internet, celulares, computadores e afins nos torna mais impacientes, impulsivos, desatentos e narcisistas. Outros sugerem que a dependência digital pode ser um vício.
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As preocupações quanto à dependência de tecnologia sempre residiram no temor de que ela prejudique o tempo que passamos com parentes e amigos no mundo real. Mas agora um efeito mais sutil da interação online começa a chamar a atenção: é possível que ela altere o núcleo de nossa personalidade, ou, até, o funcionamento do cérebro.
Não há meio fácil de dominar a dependência de tecnologia. Há quem sugira que basta tentar reduzir o tempo online, estabelecer limites para checar o e-mail ou deixar o celular em casa de vez em quando.
Mas a dependência do digital apresenta desafios próprios. Segundo Kimberly Young, uma professora da Universidade Bonaventure, de Nova York, que conduziu uma pesquisa sobre a natureza viciante da internet, a dependência se assemelha a distúrbios alimentares: como a comida, a tecnologia é parte essencial do cotidiano e aqueles que sofrem de desordens não podem apenas se desconectar. Em vez disso, é preciso aprender a usar com moderação.
Em outro experimento, 200 estudantes da Universidade de Maryland passaram um dia sem usar mídias eletrônicas. Um deles resumiu o dia assim: “Sinto-me solitário e excluído da vida. Apesar de frequentar uma escola com milhares de estudantes, o fato de não poder usar a tecnologia para me comunicar com alguém era quase insuportável.”
(DO NEW YORK TIMES, TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL)
ARTE: JOSÉ CARLOS LOLLO FOTO: GIACOMO FAVRETTO
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