Fotos feitas com o celular valem até prêmio

Leia entrevista com Cildo Oliveira, idealizador e curador-geral do tradicional Prêmio PortoSeguro de Fotografia criado em 2000 e que a partir deste ano tem uma categoria especial dedicada as fotos feitas com celulares

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Por Redação
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Ele sempre se preocupou em abrir espaço para novas plataformas de pesquisa da imagem na premiação. Não por acaso, na edição deste ano, as fotos feitos com celulares ganharam uma categoria própria (as inscrições já se encerraram). Na opinião de Oliveira, a qualidade da máquina fotográfica não é o mais importante na hora de fazer uma foto. “Uma boa câmera sempre ajuda, mas o olho do fotógrafo é fundamental na imagem”, pondera. Nesta entrevista, concedida por e-mail, ele defende que, independente da câmera, “o criador sempre estará em primeiro lugar”.

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Como você enxerga a evolução da fotografia ao longo dos últimos anos com a entrada e posterior disseminação do digital? Acredito que a entrada e a disseminação do digital só vieram acrescentar mais um instrumento tecnológico à disposição dos processos criativos. É uma grande ferramenta para olhares que saibam utilizá-la.

Quais foram as principais mudanças no ato de fotografar e mesmo em se expor uma fotografia trazida pelo digital? O olhar – nesse caso, o ato físico de enquadrar a cena – muda radicalmente. O dispositivo agora se apresenta virtualmente estabelecido em uma tela, enquanto no dispositivo analógico o olho vê através de lentes.

O digital permite que o fotógrafo experimente bastante até se sentir confortável para clicar em qualquer situação ou momento. Assim, o que é mais importante um bom fotógrafo ou uma boa máquina? Uma boa câmara sempre ajuda, mas o olho do fotógrafo é fundamental na imagem. O criador sempre estará em primeiro lugar.

Ainda há preconceito com o digital? Os fotógrafos mais tradicionais, embora tenham digitais e se interessem por elas, mantém o uso de suas câmeras analógicas.

Por que vocês decidiram incluir uma categoria para fotos tiradas com celulares no Prêmio Porto Seguro? O prêmio sempre se preocupou em abrir espaços para novas plataformas de pesquisas da imagem, desde sua primeira edição tivemos a Categoria Pesquisas Contemporâneas para abrigar as manifestações contemporâneas que surgem com grande desenvoltura. Sempre houve uma demanda com relação à foto de celular, precisávamos ter uma sistemática de recebimento dessas imagens, assim como mostrá-las. Pois sua gênese, a imagem na tela, é determinante para sua fruição.

Com os celulares a forma como uma foto é avaliada muda? O que se espera de uma foto tirada com um celular? Os critérios de avaliação de uma foto feita com celular são os mesmos para com as fotos analógicas; enquadramento, luz, foco, agregados a outros critérios poéticos conceituais.

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Você acredita que é possível tirar boas fotos com o uso de um celular? Sim, não tenho nenhum preconceito com o equipamento, muitos fotógrafos executam trabalhos espetaculares.

A venda de celulares com câmeras, bem como a de máquinas mais avançadas, são os segmentos que mais têm crescido nos últimos tempos. Como você analisa esses movimentos aparentemente tão opostos? A imagem sempre encantou o homem. A preocupação em eternizá-la é constante na história humana, desde as inscrições rupestres até a contemporaneidade. Tanto os celulares como as câmaras digitais hoje têm equipamentos de alta definição que resolvem as expectativas dos fotógrafos.

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