Foxconn brasileira responde a acusações

Sindicalista diz que empresa tem demonstrado boa vontade, mas não descarta greve

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Por Camilo Rocha
Atualização:

Sindicalista diz que empresa tem demonstrado boa vontade, mas não descarta greve

 

SÃO PAULO – A assessoria da Foxconn no Brasil emitiu nesta quinta-feira, 26, um comunicado em resposta às acusações de más condições de trabalho em sua Unidade Anhanguera, em Jundiaí (SP).

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Nele, a empresa diz que “reitera o seu compromisso em proporcionar condições de trabalho adequadas para todos os colaboradores.”

Na segunda-feira, 23, foi realizada na Foxconn uma assembleia de trabalhadores em que foram apresentadas diversas reclamações, como falta de água e problemas com alimentação e transporte de empregados.

Em seu comunicado, a empresa tratou dos três pontos:

- A falta de água foi decorrente de um problema de abastecimento da região, e o assunto já foi tratado com a Empresa responsável.- O restaurante da Unidade também passou por algumas obras de melhorias nesta semana e o projeto de expansão do local está em andamento.-A Foxconn adequou as linhas de transporte fretado para atender a demanda.

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A possibilidade de greve na unidade foi levantada na assembleia de segunda-feira. O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí e Região, Evandro Santos, garantiu, porém, que ela é remota. “A greve pode acontecer, mas como último recurso”, disse o sindicalista ao Link por telefone.

A Foxconn é uma empresa chinesa que monta aparelhos eletrônicos para terceiros. A unidade de Jundiaí fabrica o iPhone no Brasil. Em outra unidade, são montados produtos da Dell e da HP.

“Decidimos por abertura de um prazo para pressionar a empresa para que atenda às reivindicações. Ao final do prazo, será feita uma avaliação. Só então, como último recurso, pode acontecer a greve. Mas, antes de chegar nisso, teremos outras formas de protesto, com certeza”, disse Santos. Para ele, até agora a empresa tem demonstrado boa vontade e intenção de atender às reivindicações.

A questão da falta de água foi, segundo ele, o “estopim” para a mobilização dessa semana. “Já vinha faltando algumas vezes, na sexta (20 de abril) faltou por um período mais longo. Eles não explicam o porquê. Às vezes, põem a culpa no serviço público.” O sindicalista contou que banheiros, cozinha e bebedouros ficaram sem água nesse dia.

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Uma outra reclamação é quanto ao fato de a fábrica estar “incompleta”. “É como você morar uma casa em construção, é inacabada”, disse Santos. “Consideramos inadmissível que os trabalhadores sofram com isso”.

Os ônibus fretados que atendem a unidade também foram alvo de crítica. “Um deles está ocioso e o outro, com superlotação. Estamos cobrando o redimensionamento de linhas, itinerários.”

Perguntado se vê similaridade entre a situação brasileira e a chinesa, Santos diz que ”a julgar pelo que sai na imprensa, não tem nada a ver, nenhuma ligação”. “Aliás, na China nem sindicato existe”, disse. Unidades da Foxconn da China têm um histórico de suicídios, acarretado pelas más condições de trabalho.

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