Venda foi adiada; produto é mais caro que concorrentes, mas tem funções mais limitadas
Por Claire Cain Miller, do The New York Times
SÃO PAULO – Em junho, engenheiros do Google subiram ao palco diante de milhares de desenvolvedores de software exultantes para apresentar o Nexus Q, uma bola preta capaz de transmitir música e vídeo em tempo real. Era a primeira tentativa da empresa de fabricar seu próprio hardware e o Google a chamou de “terceira onda dos eletrônicos de consumo”. Na semana passada, porém, apenas cinco semanas após as pompas introdutórias na conferência anual dos desenvolvedores, o Google adiou indefinidamente a entrega do aparelho.
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Apesar de a empresa não estar apostando sua sorte no Q, o fracasso revela desafios mais profundos para o gigante de busca na internet na sua tentativa de entrar em duas áreas novas: hardware e tecnologia social.
O hardware para o Q, que o Google fabrica numa fábrica em San Jose, Califórnia, foi em geral bem recebido, mas os primeiros usuários dizem que o dispositivo simplesmente não faz o suficiente. E no que ele faz, a US$ 299, é caro demais.
A única declaração da empresa sobre o atraso veio numa carta a consumidores que haviam feito encomendas. A carta acatou as críticas dos primeiros usuários e disse: “Decidimos adiar o lançamento ao consumidor do Nexus Q enquanto trabalhamos para aprimorá-lo.” Os consumidores que encomendaram o aparelho vão recebê-lo sem nenhum custo.
O esforço do Google para construir o Q é parte da batalha épica entre Google, Apple, Microsoft e Amazon pelo controle da sala de estar – os programas de TV a que assistimos, a música que ouvimos e os anúncios publicitários que vemos sentados no sofá.
“A batalha pela TV está violenta”, disse James L. McQuivey, um analista de mídia e tecnologia na Forrester. “Se você é o Google e sabe que o futuro da publicidade vai englobar todas as telas – aquelas em que você é forte, o PC e o telefone móvel, mas também a TV – você terá de explorar esse filão ou correr o risco de bater num teto de seu potencial de faturamento.”
O Q é conectado em TVs ou alto-falantes, permitindo que seus donos ouçam música ou exibam vídeos de seus telefones ou tablets. Ele é semelhante a dispositivos como Apple TV, Boxee e GoogleTV. Mas é mais caro e faz muito menos. Ele só toca músicas e exibe vídeos da coleção limitada do Google Play e do YouTube, e só pode ser controlado por aparelhos Android.
/ TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK