França se levanta contra Google Books

O presidente francês Nicolas Sarkozy disse, nesta terça, que ele não deixaria a herança literária de seu país ser tirada por nenhuma empresa norte-americana “amigável”, numa referência velada ao Google.

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Por Redação
Atualização:

“Não deixaremos que nos privem de nossa herança em benefício de uma grande empresa, não importa quão amigável, grande ou norte-americana ela seja”, disse, sem mencionar o nome da empresa diretamente.

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A França não quer que a literatura em língua francesa seja engolida por processos internacionais de digitalização e está buscando meios de realizar projetos nacionais desse tipo. De acordo com o presidente, a digitalização de livros seria um dos projetos do governo em 2010. “Não seremos privados de o que gerações e gerações produziram em língua francesa, só porque não fomos capazes de financiar nosso próprio processo de digitalização”, ele acrescentou.

O primeiro ministro francês, François Fillon, no último mês criou uma comissão para investigar maneiras de reformular o mercado editoral, dizendo que isso seria importante para prevenis que a indústria literária sofresse os mesmos danos que os downloads ilegais causaram às indústrias musicais e dinematográficas.

Numa carta aberta, Fillon listou diversas estratégias possíveis usando a digitalização de conteúdos de bibliotecas europeias. Outros projetos incluiram a aplicação de leis de pirataria na internet ao setor editorial, pedindo às editoras que propusessem maneiras de policiar os downloads, e desenvolvessem um mercado de download legal de livros. Ele disse que a França não aceitaria que outra indústria cultural fosse “ameaçada pela pilhagem”.

O governo também convocou a União Europeia para um acordo massivo de digitalização de livros, para efetivamente fazer frente ao Google Books.

(Com informações da Reuters)

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