Há gente que já sentencia: o iPod morreu, e com ele foram todos os dispositivos móveis que desempenham apenas uma função. Com o lançamento da versão Nano do aparelho, a Apple assumiu de vez a convergência e abandonou o conceito original, de mp3 player. Antes usado apenas para ouvir músicas, o iPod agora roda vídeos e também os filma. Reproduz e também produz mídia. Talvez não faça mais sentido, hoje, comprar um aparelho que só faça uma coisa. Os smartphones cada vez mais agrupam múltiplas atividades e, na App Store, o céu é o limite.
Existe outra parcela do mercado, no entanto, que segue apostando em dispositivos móveis simples, feitos para pegar um nicho. Deve existir gente, pensam, que quer apenas um e-reader, sem a exigência de que ele também filme e faça ligações.
Essa parcela de empresas que apostam em mecanismos unifuncionais produz promessas como o Kindle, da Amazon, ou o Nook, das Barnes & Noble, que podem fazer com que a leitura digital finalmente engrene. Mas também faz traquitanas estranhas como o WikiReader ou o TwitterPeek, que ao menos para mim não fazem o menor sentido.
Que convergência, que nada. São os gadgets de uma nota só, que, bem ou mal, fazem com que você esqueça aquela confusão de funções e fique focado em apenas uma:
Tweets ilimitados, em qualquer lugar. Essa é a promessa do TwitterPeak, um aparelho – acredite – criado apenas para twittar. Funciona apenas nos EUA. Não precisa de acesso wi-fi e tem cobertura em todo o país. US$99 por um plano de seis meses e US$199 se você quiser usá-lo para a vida toda.
Da mesma empresa que produz o TwitterPeek, o Peek Pronto é um aparelho se restringe a receber e mandar e-mails. Faz um pouco mais de sentido, pois você pode acessar sua caixa de entrada de qualquer lugar, já que a empresa oferece uma ampla cobertura. Custa US$299.
Você pagaria US$ 99 por um aparelho que única e exclusivamente acessa a Wikipédia? Parece brincadeira, mas a empresa OpenMoko decidiu apostar no conceito e criou o WikiReader, um leitor de wikis que cabe no bolso. O gadget vem com mais de 3 milhões de artigos da enciclopédia em inglês para você pesquisar (conectado ou não). Com a internet em quase todos os aparelhos, faz sentido comprar algo tão restritivo?
O leitor digital da Amazon, que há pouco chegou no Brasil, é também um gadget dedicado. Foi criado especicamente para a leitura – mais confortável, por causa da tinta eletrônica – de livros, revistas e jornais. As maiores firulas do dispositivo são o acesso à Wikipédia e a leitura em voz alta (que, ao menos em inglês, funciona legal). Custa R$ 900.
Deveria ser o Kindle melhorado e com mais funções, mas a base do e-reader da livraria Barnes & Noble é a mesma do concorrente da Amazon. Tem conexão wi-fi e 3G e um menu touchscreen.
Filmar de alta definição, da forma mais simples e intuitiva o possível. Foi essa a fórmula de sucesso da Flip Cam nos Estados Unidos, onde virou mania entre crianças e abocanhou 13% do mercado de vídeo no seu ano de estreia. Fina, com visual limpo e com um cabo USB integrado, é um modelo de sucesso entre os aparelhos dedicados.
Para provar o sucesso do conceito da Flip, diversas outras marcas apostaram em aparelhos compactos destinados apenas a filmar em alta definição. Um exemplo é a Kodak ZX1, disponível aqui no Brasil, que tenta imitar a simplicidade da câmera rival. R$ 600.
O Gboard é um teclado com 19 botões específicos para o Gmail, o serviço de e-mail do Google.
É possível criar um e-mail, procurar, responder, responder a todos, deletar, selecionar, voltar à caixa de entrada, etc. Com o toque de um botão. Funciona em PCs e Macs e custa US$ 20.
