Game se inspira em Occupy Wall Street

Criador de 'BioShock Infinite' visitou protestos para pesquisar para próximo título da série, que será lançado em 2012

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:

Criador de ‘BioShock Infinite’ visitou protestos para pesquisar para próximo título da série, que será lançado em 2012

 

PUBLICIDADE

NOVA YORK – Quando os jogadores abrirem a nova versão do game BioShock no ano que vem, não devem se surpreender caso algumas partes do jogo os faça recordar os protestos do movimento Occupy Wall Street.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook e no Google+

Ken Levine, diretor de criação do Irrational Games, estúdio de Boston que está desenvolvendo o jogo, visitou os protestos em sua cidade este mês a fim de pesquisar para o próximo título da série BioShock, cujo lançamento está marcado para 2012.

O jogo BioShock Infinite se passa em 1912, em uma cidade norte-americana que flutua no céu, chamada Columbia, e na qual duas facções políticas, o Vox Populi, um grupo de esquerda, e os direitistas do grupo Founders disputam o controle.

“Foi fascinante ver que o conflito do jogo, baseado em conflitos históricos, terminou de certa forma reencarnado em nossa era,” disse Levine, que mostrou partes do jogo à imprensa meses antes dos protestos começarem em Wall Street.

Parte da inspiração do jogo provém de grupos políticos como a gangue Baader-Meinhoff, ativa na Alemanha nos anos 70 e 80, e Know Nothings, uma facção política norte-americana que combatia a imigração na metade do século 19.

Publicidade

Mas, quando os protestos do Occupy Wall Street irromperam, Levine aproveitou a oportunidade para ver uma manifestação de perto. ”Ler sobre esses movimentos nos livros de História é uma coisa, mas vê-los acontecendo em tempo real, respirar o ar em que eles transcorrem, é outra bem diferente,” disse ele.

Não é a primeira vez que Levine trata de ideologias políticas em seu trabalho. O primeiro BioShock se passava em um universo subaquático inspirado pela escritora Ayn Rand e pelo vale de “Galt’s Gulch,” que ela criou no livro A Revolta de Atlas. Mas ele não afirma que parte do jogo foi influenciada por sua experiência nos protestos.

Levine, cujos jogos renderam milhões em lucros para a Take-Two Interactive, proprietária de seu estúdio, disse que não está assumindo posição política. Ele prefere deixar os elementos do jogo abertos a interpretação.

“Nossos jogos tendem a ser como testes de Rorschach,” disse, em referência ao teste psicológico que pede que as pessoas digam o que veem em manchas de tinta.

Mas ele espera que os protestos não se radicalizem como em BioShock, onde conflitos políticos se transformam em guerra. ”Espero que os protestos jamais cheguem a esse ponto”.

/ REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.