Gerd Leonhard @ Roda Viva

Mídiafuturista falou sobre jornalismo, direitos autorais e distribuição digital

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Por Rafael Cabral
Atualização:

“Colaborar ou evaporar”. Foi assim que Gerd Leonhard, um autodenominado “mídia futurista”, resumiu o dilema da indústria do entretenimento frente às novas tecnologias e à pirataria, assunto que já abordou em seus livros The Future of Music e Music 2.0 (ambos inéditos por aqui). Consultor de empresas como Nokia e BBC, o alemão foi o entrevistado do programa Roda Viva, gravado nesta quarta-feira na TV Cultura, e falou sobre a sua visão do futuro de jornais, música, cinema e direitos autorais.

Flickr @ TV Cultura Foto:

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“A informação é o óleo do futuro. E o consumidor é o dono do óleo”, diz Gerd. O pesquisador acredita que, nos próximos anos, o poder cada vez mais sairá das das mãos de grandes companhias e passará para o usuário: ganha a marca que desenvolver a melhor relação com seus clientes e souber se comunicar com eles, na mídia que for. “Antes, não tínhamos escolha e consumíamos quase tudo que a publicidade nos mandava consumir. Com a internet, isso mudou. Não aceitamos alguém gritando e nos dizendo o que fazer”.

Um dos mais importantes pensadores da era digital, Gerd não é tão apocalíptico quanto a maioria deles. O alemão aposta em uma recuperação das empresas jornalísticas (“precisamos de conteúdo novo e de curadores”) e, longe de achar que a web será o nosso único hub de entretenimento, prevê o aumento das filas nas salas de cinema (“nossa vida é cada vez mais digital, por isso as cerimônias presenciais ganham força”). Além disso, assinalou a importância do copyright: “É uma medida crucial de remuneração de autores, só precisa se balancear e se adaptar à web. A pirataria surge justamente pela falta de bons modelos de negócio adaptados à internet”.

Já quando foi questionado pelo apresentador Heródoto Barbeiro sobre a disputa entre a distribuição digital e as mídias físicas, Leonhard não titubeou e perguntou, cínico: “O que é um DVD?”.

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