Google terá loja online para vender novo celular
05/01/2010 | 19h12
Por Filipe Serrano - O Estado de S. Paulo
(Robert Galbraith/EFE)
O esperado celular Nexus One, apresentado hoje em um evento realizado pelo Google nos Estados Unidos, afinal não era exatamente um telefone da maior empresa de internet do mundo. Produzido e projetado pelo fabricante taiwanês HTC, o Nexus One é o mais novo telefone a ser lançado com a versão mais recente do Android, 2.1. Ele também traz alguns recursos novos, mas a novidade que o Google queria mostrar não era o telefone.
A empresa anunciou sua entrada no mercado de vendas online, a princípio apenas para comercializar os celulares com Android desenvolvidos pelos fabricantes que são parceiros na empreitada da Open Handset Alliance.
No site, os consumidores poderão comprar telefones da sua operadora, aproveitando os descontos que acompanham planos pós-pagos, ou optar pelo celular desbloqueado. O Nexus One, por exemplo, custará na loja US$ 530, sem nenhum plano, ou US$ 180 para clientes da operadora norte-americana T-Mobile.
Mario Queiroz, do Google, apresenta os preços do novo aparelho (Robert Galbraith/Reuters)
O Google também fez parcerias com as operadoras Verizon, nos Estados Unidos, e Vodafone, da Europa, para vender telefones aos clientes das empresas. Nenhuma das operadoras anunciadas faz parte de grupos de telecomunicações que operam a telefonia móvel no Brasil.
Como sempre, o Google não esclareceu durante o evento quais são suas intenções. Mas a entrada da empresa no mercado online estimula a imaginação sobre o que virá daqui para frente.
Peter Chou, presidente da HTC, e os executivos do Google Andy Rubin e Mario Queiroz (Robert Galbraith/AFP PHOTO)
NEXUS ONE
O desenvolvimento do celular foi acompanhado pelos engenheiros do Google que desenvolveram novos recursos para a nova versão 2.1 do Android, chamada de Eclair. Com um poderoso processador de 1 GHz com acelerador gráfico, foi possível criar novidades visuais.
O Android 2.1 também ganhou uma nova interface para exibir as fotografias, semelhante ao software Cooliris, que ajudou a criar o visual. As miniatuas das imagens são exibidas em mosaico e, ao inclinar o celular para os lados, o mosaico segue o movimento em três dimensões. As fotos também são organizadas automaticamente em álbuns, de acordo com a data ou o nome das pastas que o usuário escolher.
Peter Chou, presidente da HTC (Robert Galbraith/EFE)
Além disso, Mario Queiroz demonstrou uma nova forma de interagir com o celular que o Google quer tornar popular. É o reconhecimento de voz. Será possível falar em voz alta para, por exemplo, indicar qual o destino que você quer ir ao traçar uma rota pelo Google Maps. O celular reconhece o que você disse. Também será possível usar o reconhecimento de voz para digitar textos, por exemplo, em e-mails, mensagens de texto, tweets, etc.
Para falar do poder do reconhecimento de voz, Mario também exibiu como será a versão do Google Earth para o Android, que ainda não havia sido lançada. O programa irá funcionar examente como no computador, porém, com comandos de toque na tela, exibindo o globo terrestre e as imagens da superfície da Terra. Para procurar lugares no Google Earth, basta falar em voz alta para o telefone.
O Nexus One também traz uma câmera de 5 megapixels, tela de 3,7 polegadas, GPS, Wi-Fi, 3G, e um sensor de luz que ajusta automaticamente o brilho da tela de acordo com a luminosidade no ambiente. Também foi incluído um segundo microfone que busca captar e retirar os barulho ao redor da pessoa para deixar as conversas por telefone mais claras.
As novidades, porém, não explicam porque o Google disse durante o evento que o Nexus One faz parte de uma nova categoria de celulares, que ultrapassa os smartphones. “Nós chamamos essa categoria de ‘superphones’”, afirmou Queiroz durante a apresentação.
De fato o Nexus One parece ser um bom telefone, assim como o iPhone e outros aparelhos que também rodam o Android. Mas nem seus recursos, nem seu design, ultrapassam os limites do que já era tendência na indústria móvel. O “superphone” do Google tem jeito de estar atrasado. Seria um “super telefone” apenas se tivesse sido lançado há pelo menos 1 ano.