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Google terá loja online para vender novo celular

Por Filipe Serrano
Atualização:

O esperado celular Nexus One, apresentado hoje em um evento realizado pelo Google nos Estados Unidos, afinal não era exatamente um telefone da maior empresa de internet do mundo. Produzido e projetado pelo fabricante taiwanês HTC, o Nexus One é o mais novo telefone a ser lançado com a versão mais recente do Android, 2.1. Ele também traz alguns recursos novos, mas a novidade que o Google queria mostrar não era o telefone.

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A empresa anunciou sua entrada no mercado de vendas online, a princípio apenas para comercializar os celulares com Android desenvolvidos pelos fabricantes que são parceiros na empreitada da Open Handset Alliance.

A começar pelo Nexus One, a partir de hoje os consumidores poderão comprar os telefones com o sistema do Google pela loja virtual da empresa, que foi chamada apenas de “Google Web Store”, no endereço www.google.com/phone. Por enquanto, apenas consumidores nos EUA, em Cingapura e Hong Kong podem comparar um telefone por meio do site. Mas a intenção é disponibilizar a loja virtual em outros países da Europa e do mundo fazendo parcerias com operadoras de cada país. “É uma nova forma de operadoras e fabricantes venderem seus produtos”, afirmou Andy Rubin, responsável pela área de mobilidade do Google.

No site, os consumidores poderão comprar telefones da sua operadora, aproveitando os descontos que acompanham planos pós-pagos, ou optar pelo celular desbloqueado. O Nexus One, por exemplo, custará na loja US$ 530, sem nenhum plano, ou US$ 180 para clientes da operadora norte-americana T-Mobile.

O anúncio do Google deixou muitas dúvidas. Um canal do Google para que operadoras de celular possam vender aparelhos realmente ajudará a tornar os telefones com Android populares? E por que adotar um modelo de negócios online tão convencional? A estratégia do Google deixou de ser solucionar problemas para as pessoas? Ou a empresa vislumbra ampliar seus negócios para o mundo do varejo online? A loja será expandida para vender outros tipos de aparelhos eletrônicos ou produtos? Operadoras poderiam vender celulares que não carregam o sistema operacional Android?

Como sempre, o Google não esclareceu durante o evento quais são suas intenções. Mas a entrada da empresa no mercado online estimula a imaginação sobre o que virá daqui para frente.

NEXUS ONE

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Entre elas está um novo tipo fundo de tela com imagens em movimento, chamado de “live wallpaper”. Na demonstração, Mario Queiroz, vice presidente de desenvolvimento de produtos, exibiu uma imagem de um lago que reproduz com fidelidade o movimento da água na superfície. Ao tocar a tela, formam-se ondas ao redor, simulando o efeito real.

O Android 2.1 também ganhou uma nova interface para exibir as fotografias, semelhante ao software Cooliris, que ajudou a criar o visual. As miniatuas das imagens são exibidas em mosaico e, ao inclinar o celular para os lados, o mosaico segue o movimento em três dimensões. As fotos também são organizadas automaticamente em álbuns, de acordo com a data ou o nome das pastas que o usuário escolher.

Além disso, Mario Queiroz demonstrou uma nova forma de interagir com o celular que o Google quer tornar popular. É o reconhecimento de voz. Será possível falar em voz alta para, por exemplo, indicar qual o destino que você quer ir ao traçar uma rota pelo Google Maps. O celular reconhece o que você disse. Também será possível usar o reconhecimento de voz para digitar textos, por exemplo, em e-mails, mensagens de texto, tweets, etc.

Para falar do poder do reconhecimento de voz, Mario também exibiu como será a versão do Google Earth para o Android, que ainda não havia sido lançada. O programa irá funcionar examente como no computador, porém, com comandos de toque na tela, exibindo o globo terrestre e as imagens da superfície da Terra. Para procurar lugares no Google Earth, basta falar em voz alta para o telefone.

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As novidades, porém, não explicam porque o Google disse durante o evento que o Nexus One faz parte de uma nova categoria de celulares, que ultrapassa os smartphones. “Nós chamamos essa categoria de ‘superphones’”, afirmou Queiroz durante a apresentação.

De fato o Nexus One parece ser um bom telefone, assim como o iPhone e outros aparelhos que também rodam o Android. Mas nem seus recursos, nem seu design, ultrapassam os limites do que já era tendência na indústria móvel. O “superphone” do Google tem jeito de estar atrasado. Seria um “super telefone” apenas se tivesse sido lançado há pelo menos 1 ano.

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