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Hacker cooperou 'proativamente' com FBI

Hector Monsegur, ou 'Sabu', foi preso e cooperou em sigilo com o governo delatando colegas do Anonymous e impedindo ataques

Por Agências
Atualização:

Hector Monsegur, ou ‘Sabu’, foi preso e cooperou em sigilo com o governo delatando colegas do Anonymous e impedindo ataques

 

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NOVA YORK – Em seus posts no Twitter, o líder hacker do LulzSec, grupo ligado ao Anonymous, conhecido como Sabu, clamava para que seus seguidores resistissem ao governo dos Estados Unidos e seu agentes. Mas documentos judiciais divulgados nesta quinta-feira, 8, revelam que Hector Xavier Monsegur desistiu dessa luta assim que agentes do FBI bateram em sua porta no dia 7 de junho.

Praticamente desde o primeiro momento ele colaborou com a polícia e entregou nomes que ajudaram o FBI a prender outros hackers do grupo. No dia seguinte à prisão, promotores disseram a um juiz que Sabu havia dado a eles informações detalhadas sobre outros hackers suspeitos de invadir sistemas de diversas grandes empresas.

“Desde literalmente o dia em que ele foi preso, ele foi proativamente cooperativo com o governo”, disse o advogado James Pastore a um juiz em Nova York durante uma sessão em segredo com Monsegur no dia 5 de agosto.

A cooperação resultou em prisões de outros cincos suspeitos nesta semana na Irlanda, Escócia, Inglaterra e Estados Unidos, baixas que deixaram companheiros do grupo hacker surpresos.

Monsegur secretamente se declarou culpado em agosto. Ele ainda deve ser condenado pelos seus crimes que incluem uma série de ataques a grandes corporações, governos e agências oficiais norte-americanas.

Juízes concordaram em fechar as sessões nos tribunais e selar todos os registros do seu caso, a fim de manter o trabalho dele com o governo em sigilo. A maioria desses arquivos judiciais, no entanto, já foram revelados e documentos abertos na quinta-feira apresentaram novos detalhes sobre as contribuições de Monsegur.

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Enquanto um software em seu computador rastreava toda sua atividade online e câmeras monitoravam sua casa, contam os promotores, Monsegur trabalhava incessantemente com o FBI para monitorar as comunicações entre colegas hackers. Os promotores também disseram que “Sabu” teria inclusive evitado alguns ataques enquanto eles ainda eram planejados.

Em agosto, ele trabalhou com o FBI para corrigir cerca de 150 vulnerabilidades em sistemas que estavam sob a mira de hackers, ou, em outros casos, para ajudar as vítimas de ataques a mitigar os danos rapidamente, segundo Pastore.

Os promotores não disseram publicamente as razões de Monsegur cooperar de forma tão disposta com o governo. Mas registros do tribunal mostram que o rapaz de 28 anos era responsável legal de duas sobrinhas pequenas. Vizinhos disseram à Associated Press que Monsegur passou a criar as crianças depois de sua tia ter sido presa por porte de drogas.

Outros documentos judiciais observam que Monsegur ganhava US$ 6 mil por mês até perder o emprego no segundo trimestre de 2010. Desde então, passou a viver dos US$ 400 mensais da assistência a desempregados.

/AP

—-Leia mais:Integrantes do LulzSec são presos pelo FBI

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