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Hackers publicam documentos da PF

Grupo conhecido como LulzSecBrazil divulga diretório com 8GB de dados, como fotos, escutas e relatórios da Operação Satiagraha

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Grupo conhecido como LulzSecBrazil divulga diretório com 8GB de dados, como fotos, escutas e relatórios da Operação Satiagraha

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SÃO PAULO – Após uma série de invasões superficiais a sites do governo, o grupo hacker LulzSecBrazil vazou um diretório com 8 GB de documentos da Operação Satiagraha. São fotos, áudios, vídeos e relatórios reunidos pela Polícia Federal durante as investigações, em 2008.

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“Encontramos os arquivos em servidores abertos”, explicou ao Estado o porta-voz do grupo, conhecido como “Bile Day”. “Não posso relevar a técnica que usamos, mas em geral nos servidores há vários tipos de falhas, como erros nas páginas do site, portas de serviços abertas e senhas fracas”. O LulzSecBrazil é formado por apenas seis pessoas, que contam com a ajuda de colaboradores. “Bile Day” diz que a maioria dos dados é obtida através de “invasões”.

Os documentos da operação, porém, já haviam sido publicados em partes em outros sites e supostamente estariam em um pendrive do próprio delegado Protógenes Queiroz, hoje deputado federal. “É um vazamento de informação clássico. Não parece sequer invasão de sistema”, avalia Pedro Markun, ativista da web e criador da comunidade online Transparência Hacker.

A operação brasileira aconteceu pouco depois de grupos de hackers estrangeiros se unirem em uma operação chamada AntiSec, que divulgou 10GB de dados confidenciais do FBI. A ação foi uma retaliação à prisão pelo FBI de Jake Davis, conhecido como “Topiary”, jovem de 18 anos que cuidava da comunicação do grupo LulzSec no mundo. Segundo “Bile Day”, o ataque no Brasil foi coordenado com os grupos estrangeiros.

O LulzSecBrazil é o mesmo grupo que derrubou em junho os sites da presidência e do governo brasileiro. Os primeiros ataques, porém, foram superficiais. Os hackers usaram técnicas como DDoS (em que vários acessos ao mesmo tempo provocam a derrubada de um site) e “defacement” (em que aparência da página é alterada). Não houve invasão de servidores nem roubo de informações.

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Segundo o porta-voz do grupo, os primeiros ataques tinham o objetivo de “chamar a atenção da população”. “Depois começamos com invasões para obtenção de dados”, explica “Bile Day”.

A maioria dos ataques do grupo acontece durante os fins de semana, quando são organizados protestos nas ruas contra a corrupção e “por mais liberdade na internet”.

“Eles continuam ‘experimentando’ formas de reagir. Buscando formas efetivas de protesto sem, talvez, fazer uma reflexão muito longa sobre o que esses atos significam”, avalia Markun.

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