'Homefront' causa polêmica

Novo game descreve cenário em que a Coreia do Norte ocupa os Estados Unidos e o Japão

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Por Agências
Atualização:

O ano é 2027 e o exército da Grande República da Coreia ocupou um Estados Unidos falido e em ruínas depois de anexar o Japão e a maior parte do sudeste asiático, liderado pelo atual herdeiro do regime da Coreia do Norte Kim Jong-un.

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Esse cenário “terrivelmente plausível” é pintado no game Homefront, da produtora norte-americana THQ. O game foi lançado nos EUA nesta terça-feira, 15, para Xbox 360, PlayStation 3 e PC.

O jogo de tiro lança o jogador como membro de um grupo de insurgentes que luta contra o exército de 20 milhões de soldados e equipado com armas nucleares de uma agressiva Coreia, reunida por Kim Jong-un depois da morte de seu pai, o atual líder norte-coreano, Kim Jong-il.

O conteúdo do jogo e o marketing em torno dele atingiram os nervos dos EUA em um momento em que há um aumento na tensão na península coreana depois de uma série de ataques contra a Coreia do Sul no ano passado.

A Computer Entertainment Rating Organization do Japão determinou a retirada de todas as imagens de Kim Jong-il e referências à Coreia do Norte do jogo antes que ele fosse enviado ao país, segundo o porta-voz da THQ Tyrone Miller.

A produtora nem chegou a tentar vender o jogo na Coreia do Sul, que proíbe uma série de títulos que descreve como contendo “ação antinacional” ou “distorções de verdades históricas”, disse o diretor da equipe de revisão do jogo na agência de classificação de conteúdo do país, Cho Dong-myeon.

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A THQ não poupou esforços para promover o Homefront, obtendo resultados distintos. Um vídeo noticioso fictício contendo imagens do jogo sobre uma invasão norte-coreana nos EUA foi publicado pela companhia em sites como YouTube em 11 de março e foi descrito por alguns usuários como “irresponsável”.

A produtora, que chamou antigos agentes de campo da CIA para ajudar na confecção da história do jogo, insiste que o título é um trabalho de ficção projetado para atender à crescente demanda dos jogadores por assuntos mais sérios.

“Acreditamos que videogames são uma forma de arte e uma das responsabilidades da arte é confrontar situações difíceis, desconfortáveis ou mesmo assustadoras”, disse Miller, da THQ.

/ Jonathan Hopfner (REUTERS)

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