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Identidade indexada

A nova busca social do Facebook usa atividades dos usuários da rede social para facilitar procura, mas traz a preocupação com a privacidade

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Por Anna Carolina Papp
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A nova busca social do Facebook usa atividades dos usuários da rede social para facilitar procura, mas traz a preocupação com a privacidade 

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SÃO PAULO – “Venha ver o que estamos construindo”, dizia o convite para o evento que o Facebook realizou na semana passada, em sua sede em Merlo Park, na Califórnia. Agora já sabemos: a empresa lançou a busca social, ou “graph search” – ferramenta que auxiliará o usuário a encontrar informações em meio ao imenso conteúdo compartilhado na rede social.

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O novo serviço, uma indexação das mais de um trilhão de conexões feitas no Facebook, é diferente de uma busca tradicional da web, que mostra links a partir de palavras-chave. Na busca social, o usuário digita uma pergunta qualquer envolvendo pessoas, lugares, imagens e interesses, e terá resultados com base em suas conexões e preferências compartilhadas no site, como “fotos tiradas no Rio de Janeiro em 2000”, “amigos dos meus amigos que se chamam Pedro” ou “restaurantes por perto curtidos por meus amigos”.

Os resultados, no entanto, são personalizados para cada usuário com base nas configurações de privacidade de cada conteúdo. Assim, a pessoa só pode ver informações que já estariam disponíveis para ela. Neste período inicial, o serviço está em fase beta, disponível apenas em inglês dos EUA para um número limitado de pessoas.

“Foi um desafio técnico muito grande para a nossa equipe”, disse ao Link Kate O’Neill, gerente de marketing de produto do Facebook. O projeto, liderado por dois ex-Google, começou a ser desenvolvido em 2011, por uma equipe com cerca de 70 pessoas, de programadores a linguistas. “É uma busca em linguagem natural. Queremos que as pessoas perguntem do modo que pensam e falam, e não do modo que computadores pensam e falam”, disse O’Neill.

Para Elizabeth Saad, professora e pesquisadora em comunicação digital da USP, a ferramenta passará a ser mais relevante quando buscar conteúdo efetivamente postado, compartilhado e comentado pelos usuários. “O que até agora foi apresentado ainda não consolida a ideia de ‘web pensante’, uma vez que o sistema só busca o que foi inserido e marcado pelo usuário”, diz. O Facebook afirmou que pretende expandir o serviço para posts, ações e comentários no futuro.

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Privacidade

A busca social também aumentou a preocupação com a possibilidade ainda maior de bisbilhotar a vida alheia. Resta saber se o serviço, com a enorme quantidade de combinações possíveis, conseguirá extrapolar o uso curioso para se consolidar como uma ferramenta útil e rentável para anunciantes e investidores.

Segundo a empresa, a busca auxiliará na descoberta de novos serviços, como achar um bom restaurante, um lugar para praticar esporte ou até contratar uma pessoa. No entanto, a abrangência dos resultados está ligada ao conteúdo que os usuários estão dispostos a compartilhar.

“As configurações de privacidade no Facebook são ainda bastante complicadas para o usuário médio”, diz Renato Rocha Souza, pesquisador em Ciência da Informação pela UFMG.

Kate O’Neill, do Facebook, lembra os esforços para dar mais transparência às políticas de privacidade. “Continuaremos construindo as melhores ferramentas que pudermos para que as pessoas compartilhem o que de fato querem.”

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—-Leia mais: • Link no papel – 21/01/13Busca social é um jeito útil de lidar com os dados de usuários

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