Inovações em tecnologia assistiva oferecem maior qualidade de vida

Na última semana, rolou em Recife a 1ª Feira Muito Especial de Tecnologias Assistivas de Pernambuco, que reuniu inovações tecnológicas com objetivo de oferecer mais qualidade de vida e acessibilidade digital para portadores de deficiência.

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Por Redação
Atualização:

A feira contou com mais de 30 expositores, entre ONGs, iniciativa privada e orgãos do governo. Um triciclo feito para cadeirantes e um navegador GPS para pedestres cegos foram alguns dos equipamentos apresentados.

Para navegação na internet, a novidade foi um mouse ocular. O vídeo abaixo explica como o aparelho funciona:

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O repórter Jocelyn Auricchio conversou por e-mail com Marcus Scarpa, presidente do instituto Muito Especial e um dos organizadores do evento.

Como surgiu a idéia de reunir soluções tecnológicas para quem tem necessidades especiais? Por que a escolha de Recife para sediar o evento? A escolha de Recife se deve ao fato de querer levar um evento desta natureza a uma região do Brasil que não recebe outros eventos como estes. Já realizamos, em agosto deste ano, uma feira no Rio de Janeiro.

Quantos expositores participaram da feira? Já existe perspectiva para um segundo evento? Participam deste evento 30 expositores das mais diversas áreas do conhecimento e de diversas partes do Brasil. Estamos planejando a realização de um segundo evento no próximo ano, devido ao grande número de pessoas interessadas.

Quais os maiores destaques do evento? A BIGA, um triciculo adaptado para transporte de pessoas em cadeiras de rodas que tem baixo custo. A pessoa não sai de cima da cadeira e tem completa independência. Outro destaque é o mouse ocular que permite pessoas que sem movimento nos braços acessem o computador somente com o movimento dos olhos. Há também o Veye, um GPS integrtado a pulseiras vibratórias que orienta a pessoa cega em seu trajeto. Ela diz o enderço que quer ir e as pulseiras vibram indicando as direções.

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Dessas tecnologias, quais já estão disponíveis no mercado? E o que falta para as que ainda não estão chegarem ao público? O DOSVOx, software que “lê” a tela e permite que cegos acessem o computador, e o MOTRIX, para deificientes motores, já estão no mercado e são gratuitos.

O que precisa melhorar no Brasil para as pessoas com necessidades especiais? É preciso mais incentivo para a produção nacional, isenções fiscais, empresasde grande porte apostando no mercado para produção em massa e barateamento dos produtos.

Um parcela considerável da população possui necessidades especiais. Na sua opinião, o que falta para a inclusão total dessas pessoas? Cumprimento da constituição e da legislação vigente. Falta acessibilidade nas ruas, nas escolas, nos postos de saúde… Menos de 3% das pessoas com deficiência chega a universidade. Mesmo que todas as empresas do Brasil que se enquadram na lei de cotas cumpram a lei e contratem pessoas com deficiência, apenas 3,9% delas seriam beneficiadas. Há muito o que se fazer.

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As cidades brasileiras estão suficientemente preparadas para garantir condições iguais para cadeirantes? O que precisa mudar e como a tecnologia pode ajudar nisso? As barreiras arquitetônicas existem em todas as cidades brasileiras. Há tecnologia para resolver todas as questões de acessibilidade arquitetônica, como elevadores, rampas, sinais sonoros, piso tátil, sinalização em braille, sonorização nos elevadores, calcadas com acesso para cadeiras de rodas…

O Instituto Muito Especial está envolvido no desenvolvimento de tecnologias assistivas? Estamos tentando ser um fomentador de produção cientifica em tecnologia assisitiva. Estamos lançando em novembro, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, uma revista científica especializada em tecnologia assistiva, para divulgação e publicações científicas. Ainda não estamos desenvolvendo tecnologia, mas dentro do nosso projeto estamos em fase de estudo para implantação de um centro de desenvolvimento tecnológico.

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