SÃO PAULO – “Quem deixou a luz acesa?”. “Quem esqueceu a torneira pia aberta?”. “Quem não fechou a porta da geladeira direito?”. Quantas vezes você já ouviu em casa perguntas como essas, sem conseguir ter respostas concretas? Isso pode acabar, graças a um sistema que está sendo desenvolvido pela Universidade da Virginia, nos EUA, em um experimento liderado pelo professor Karim Whitehouse, baseado na internet das coisas e no ideal de uma casa conectada.
A ideia é simples: Whitehouse conectou quatro casas em Charlottesville, no estado da Virginia, com sensores que mostram que pessoas entraram em cada cômodo, e quais as tarefas e dispositivos caseiros mais utilizados por cada uma delas. Os dados serão armazenados na nuvem e poderão ser encontrados em um novo app, que será chamado de “Marauder’s Map” – em tradução literal, Mapa do Maroto.
O nome faz referência a uma das ferramentas mais curiosas da série de livros do bruxo Harry Potter: o Mapa do Maroto era um mapa de verdade que mostrava o castelo de Hogwarts, a escola onde Potter estudava, e a movimentação de quem estivesse perambulando por ele e o que estava fazendo. O sistema de Whitehouse, entretanto, não é feitiçaria, mas sim tecnologia.
Sensores inteligentes não são necessariamente uma novidade – Google e Apple são empresas que já tem produtos nessa linha – mas o sistema de Whitehouse se destaca por suas capacidades pouco intrusivas. Para saber quem entrou em uma sala, os sensores medem apenas a altura da pessoa, e outros sensores customizados espalhados pela casa, pelo sistema de água e de energia, conseguem captar o que cada um está fazendo.
“Hoje, os sensores estão pensando já em aplicações, luzes e dispositivos caseiros, mas não sobre as pessoas. Podemos criar algo novo e que entenda as pessoas de cada casa, inspirando uma nova geração de produtos e tecnologias”, disse ele à revista americana Fast Company.
O objetivo do sistema, diz ele, é fazer as pessoas entenderem o que acontece em suas residências, e tomarem melhores decisões sobre consumo de energia. Isso sem falar em benefícios marginais, como bons sistemas de segurança e sensores. “Afinal, um sensor que sabe quem entrou em casa pode alertar os donos da casa para um ladrão”, declarou o professor.