PUBLICIDADE

Keith Richards e o Walkman

Roqueiro dá depoimento sobre a importância do aparelho, que não é mais fabricado

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

A Sony deu o adeus definifivo ao Walkman em outubro. Com o fim, começam a surgir os tributos e lembranças sobre o aparelho e o cassete, formato que ajudou a popularizar.

PUBLICIDADE

E uma das mais tocantes é a de Keith Richards, que deu um depoimento ao pesquisador Phil Patton. O guitarrista dos Rolling Stones diz que o walkman influenciou a maneira como compõe e afetou a forma como toca guitarra.

“Eu descobria um novo som que eu poderia tirar da guitarra acústica”, disse o guitarrista. “Aquele tremendo som sujo que vinha daqueles pequenos motéis sujos onde a única coisa que você tinha para gravar era uma nova invenção chamada gravador cassete… De repente você tinha um mini-estúdio. Tocando acústico, você poderia sobrecarregar o toca-fitas cassete Philips a tal ponto de distorção que, quando era tocado novamente, era efetivamente uma guitarra elétrica. Você usava o tocador de fitas cassete para captar e amplificar ao mesmo tempo. Nós forçávamos os violões dentro do toca-fitas, e o que vinha de volta era elétrico como o inferno”.

Além disso, sempre sob efeito de álcool e drogas, Keith nem sempre lembrava o que havia composto nos momentos de loucura. O cassete o ajudava a recordar as ideias em momentos mais sóbrios. Foi assim com “Satisfaction”: “eu a escrevi enquanto estava apagado. Eu não tinha ideia de que a havia escrito”, conta. Ele acordou em uma manhã e viu que a fita estava no final. Quando rebobinou, a surpresa: “Satisfaction” estava lá. “Preciso apenas agradecer ao pequeno toca-fitas Philips”, diz Keith.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.