Kindle começa a ser vendido nesta quinta

A Livraria da Vila venderá o aparelho em suas lojas em São Paulo e Campinas por R$ 299

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Por Murilo Roncolato
Atualização:

A Livraria da Vila venderá o aparelho emsuas lojas em São Paulo e em Campinas por R$ 299

 

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*Atualização às 17h22 (19/12): a Livraria da Vila enviou um segundo comunicado lamentando o fato de terem errado o dia do lançamento

SÃO PAULO – O leitor eletrônico da Amazon começa a ser vendido no Brasil nesta quinta-feira, 20, exclusivamente pelas lojas da Livraria da Vila. O modelo mais simples do Kindle (veja toda a linha de produtos) chega por R$ 299. Nos Estados Unidos, ele é vendido por US$ 89.

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Segundo comunicado, a Livraria será a única a comercializar o produto em lojas físicas até janeiro de 2013. São seis lojas em São Paulo e uma Campinas. Veja os endereços:

São Paulo • Rua Fradique Coutinho, 915 (Tel: 11 3814 5811) • Alameda Lorena, 1731 (Tel: 11 3062 1063) • Shopping Cidade Jardim. Av. Magalhães de Castro, 12000 (11 3755 5811) • Av. Moema, 493 (11 5052 3540) • Shopping Higienópolis. Av. Higienópolis, 618 (11 3660 0230) • Jk Iguatemi. Av. Juscelino Kubitschek, 2041 (11 5180 4790) Campinas • Shopping Galleria. Rod. Dom Pedro I, S/ Nº (19 3766 5160)

Kindle

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O modelo a ser vendido no Brasil é clássico do Kindle. Apesar de o Kindle ser bem avaliado, esta versão brasileira chega com pelo menos dois pontos negativos: o preço e a tela. Quem estiver interessado no leitor de e-books da Amazon, terá que desembolsar R$ 299. Nos Estados Unidos, a mesma versão, sem exibição de anúncios, sai por US$ 89 – cerca de R$ 185, sem impostos. Vem com tela (preto e branco) de 6 polegadas, pesa 170g e tem pouco mais de 1 GB de armazenamento (além do serviço de nuvem).

Em comparação com seu rival Kobo, recém-chegado ao Brasil, o Kindle perde no quesito tela e usabilidade. O modelo a ser vendido aqui não é touch, apenas dispõe de alguns botões na parte inferior do aparelho para controle de página e ajustes. A tecnologia da tela é a E-ink, sem brilho, que simula a textura de livros físicos, tornando mais confortável a leitura em ambientes claros. Telas com brilho próprio só foram implementadas pela Amazon na última rodada de lançamentos, nos seus modelos Paperwhite.

Além disso, uma crítica à Amazon e seus e-readers de maneira geral, é o fato de só aceitar formatos próprios, o que exclui o epub, o mais comum entre os livros digitais. Tal prática, torna o usuário do Kindle uma espécie de “refém” do conteúdo vendido pela Amazon. A Kobo, por sua vez, apesar de estar vinculada à Livraria Cultura no Brasil, aceita e-books de qualquer loja virtual, incluindo livros epub.

 

Sem publicações estrangeiras

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O usuário brasileiro que transferir sua conta americana para cá, pode enfrentar alguns problemas. Exceto por livros e aplicativos, o usuário perderá todo o conteúdo já adquirido ou assinado por sua conta anterior. Ele não terá mais acesso a publicações diárias e periódicos estrangeiros, filmes previamente adquiridos, Amazon Cloud Player e a biblioteca de músicas.

Sobre assinaturas de jornais e revistas, o site explica: “assinaturas atualmente ativas serão canceladas se a conta for transferida para outro país. Um reembolso proporcional será feito caso haja ainda edições pendentes já pagas. Uma vez que as assinaturas forem canceladas, você não poderá mais ser capaz de acessar conteúdo já visto. A disponibilidade de assinatura de periódicos varia conforme o mercado.” (veja abaixo)

 

A Amazon chegou ao Brasil no início de dezembro oferecendo em seu catálogo um acervo com 1,4 milhão de e-books em vários idiomas, entre eles 13 mil títulos em português.

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Tensão do mercado

O mercado editorial brasileiro demorou para aceitar a ideia da chegada de uma concorrente estrangeira gigante e com fama de agressiva nos negócios. Editoras levaram muito tempo analisando o enorme contrato da empresa americana e preparando seu catálogo para ser comercializado no site da Amazon daqui. A Companhia das Letras, por exemplo, levou 1 ano e meio para acertar todos os pontos com a varejista. Tanta precaução se justifica quando comparado ao que aconteceu nos Estados Unidos, onde a Amazon domina o setor.

“Acho que as editoras brasileiras foram muito espertas ao negociar com esses players internacionais”, disse ao Link Edward Nawotka, editor do site Publishing Perspectives, especializado no setor. “Elas conseguiram obter contratos de vendas realmente decentes da Amazon. Problemas podem surgir se a Amazon adquirir muita fatia de mercado, então eles passarão a exercer pressão sobre as editoras por acordos melhores para eles, como aconteceu nos Estados Unidos.”

No fim, todas as grandes editoras do País assinaram (com exceção da Editora Saraiva). Quem ainda não está feliz com a novidade são as livrarias, que podem perder parte do seu público de livro físico para o formato digital.

A Associação Nacional das Livrarias, tendo em vista o receio do setor, publicou uma carta aberta, defendendo, entre outras coisas, que lançamentos demorem 120 dias para chegar ao digital. “É bom que o livro digital venha, mas é importante que as livrarias sobrevivam”, disse o vice-presidente da ANL, Augusto Kater. A medida, para a presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Sônia Machado Jardim, só incentivaria mais a pirataria que, para ela, é o “maior inimigo”. “Se o livro que estiver bombando não estiver no digital, as pessoas vão escanear e lerão do mesmo jeito.”

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