LinkedIn entra em fase mais móvel e informativa

Executivo da rede de conexões profissionais diz que usuários buscam cada vez mais informações sobre carreiras no site

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Por Redação Link
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Fernando SchellerEnviado especial a Cannes

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A rede social de contatos profissionais LinkedIn está passando por uma pequena revolução. Nos últimos 18 meses, duas realidades ficaram claras para a empresa: os usuários buscam cada vez mais informações sobre carreiras dentro do site, que inicialmente era visto mais como uma ferramenta de recrutamento. Além disso, os acessos estão migrando para os smartphones: hoje, 44% dos usuários já navegam no site por dispositivos móveis.

Segundo Penry Price, vice-presidente de soluções de marketing do LinkedIn, a vantagem da migração da simples visualização de currículos para uma plataforma com informações relevantes sobre carreiras eleva em sete vezes as interações dentro do site – e as chances de se fazer dinheiro com isso. “(O LinkedIn) mudou e passou a ser menos sobre como encontrar um trabalho e mais sobre informações profissionais”, explicou o executivo, em entrevista ao Estado durante o Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade.

Essa transformação, de acordo com o executivo, está relacionada ao amadurecimento do site. Hoje, o LinkedIn tem 300 milhões de usuários no mundo. E esses perfis já formaram suas conexões. Com isso, criaram-se grupos de interesse. “Essas redes de relacionamento precisam de alimento. E é a informação que cumprirá esse papel”, diz Price.

Um estudo recente divulgado pelo LinkedIn mostra que, em alguns mercados mais desenvolvidos, as empresas de mídia com forte orientação para as áreas de negócios e carreiras lideram a geração de conteúdo dentro do site. Nos Estados Unidos, a maior fonte de informações é a revista Forbes, enquanto no Reino Unido o Financial Times aparece na segunda posição. No Brasil, ainda predominam as grandes empresas, como Petrobrás, Vale e Ambev.

Embora Price afirme que uma mudança de paradigma esteja ocorrendo dentro do LinkedIn, os números do balanço da empresa mostram que os serviços profissionais ainda são o “grosso” da receita do grupo, tendo respondido por 58% do faturamento no primeiro trimestre de 2014. As soluções de marketing do LinkedIn contribuíram com 22% – as proporções não se modificaram em relação ao mesmo período de 2013. A receita total, no entanto, cresceu 46% no período e atingiu US$ 473 milhões entre janeiro e março.

Ponta dos dedos Além da ênfase no conteúdo, o LinkedIn também percebeu que a maior parte dos acessos será, em breve, feita por dispositivos móveis. Hoje, o porcentual já está em 44%, mas a proporção de 50% deverá ser atingida até o fim do ano. “Com a mudança para o celular, nós entendemos que o nosso negócio poderia se basear em mostrar anúncios comuns. E a resposta óbvia para nós foi investir em conteúdo patrocinado”, explica.

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Na semana passada, a empresa lançou um aplicativo para iPhone voltado para quem está em busca de um novo emprego. Chamado Job Search, o sistema usa a base de dados da rede social e promete guardar sigilo sobre todas as ações feitas pelo usuário. A privacidade é uma questão polêmica na plataforma: é possível ver quem visitou seu perfil. Por enquanto, o Job Search está disponível apenas nos EUA, mas deve chegar em breve a outros mercados – incluindo o Brasil.

Price explica que a América Latina está um pouco atrás quando o assunto é o acesso ao LinkedIn por dispositivos móveis, mas que a tendência de migração de plataforma é uma realidade na região. Hoje, o Brasil é o terceiro maior mercado para a rede social no mundo, com 17 milhões de usuários (atrás só de EUA e Índia), e representa mais de 40% no movimento latino-americano do LinkedIn.

Apesar de o site já ter 300 milhões de usuários, o diretor de soluções de marketing do LinkedIn afirma que o número pode dobrar. “Existem 600 milhões de profissionais no mundo com formação relevante para nós”, diz.

Como a maior parte desses trabalhadores está em mercados menores, o executivo diz que há a necessidade de a empresa investir ainda mais na localização de conteúdo, que hoje já está disponível em 22 idiomas. “Nós crescemos onde há oportunidade econômica. O Brasil passou por isso há alguns anos. Agora, vemos isso ocorrer em outros mercados na América Latina e também em países como Indonésia.”

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