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Lost fez primeiro

Mantendo o mistério e aproveitando a tecnologia para fazer ações paralelas, série fez a TV aberta se render à complexidade

16/05/2010 | 15h34

  •      

 Por Filipe Serrano - O Estado de S. Paulo

fernandafurquim Para a jornalista Fernanda Furquim, que acompanha séries desde 1995, o principal êxito de Lost é ter mantido o mistério por tanto tempo e ter aproveitado as tecnologias do momento para fazer ações paralelas, tudo misturado a uma trama extremamente complicada para a televisão aberta. Fernanda Furquim edita o blog Revista TV Séries e é autora do livro As Maravilhosas Mulheres das Séries de TV. Abaixo, os trechos da entrevista.

Depois de Lost, surgiram muitos grupos, blogs e sites brasileiros sobre séries. Por que isso aconteceu?

Pelo menos no Brasil. Friends e Lost foram as duas séries que alavancaram. no País, o movimento que reúne um conjunto de fãs em torno das séries. Já existia um público grande de série, mas antes não havia veículo, nem motivo para se manifestar. Friends tinha um público mais adolescente. E quando veio o Lost, uniu também muitas pessoas mais velhas.

Como conseguiu atingir tantas faixas de idade?

Ele herdou a fama da primeira temporada. Depois foi perdendo público porque começou a ficar difícil de acompanhar a história. A primeira temporada tinha uma proposta mais simples do que a complexidadade que a série desenvolveu. Qualquer história de mistério bem elaborada sempre estimula o interesse de público. Não só o tema, mas também os personagens eram misteriosos. Você não sabia quem era quem.

Algumas respostas só são reveladas em produções paralelas, como sites ou websódios. Essa é a marca de Lost?

Não. Life on the Street, do David Simon, foi a primeira a ganhar uma websérie paralela. E Arquivo X teve um movimento da Fox na internet. A diferença está na proporção, porque o Lost surgiu numa época que se permitiu isso. Daqui a uma década, outras séries vão usar três vezes mais as novas mídias; algumas que a gente nem sabe quais vão ser. É por isso que digo que Lost é uma colcha de retalhos, no bom sentido. Ela agregou vários elementos que já existiam separadamente: o mistério em torno da história e dos personagens, a narrativa não-linear (flahsbacks, flashfowards e flashsideways) e o uso da internet.

O que Lost vai deixar para o futuro da televisão?

Se fosse eleger uma novidade, seria o fato de a televisão aberta, a ABC, ter apostado em uma história extremamente complicada e que provavelmente vai terminar sem uma explicação satisfatória para a maioria. Até os anos 90, a única complicação que se permitia era uma única trama, tipo Arquivo X, sem complicações paralelas. A única série americana que até então tinha feito isso foi Twin Peaks. Mas não acredito que Lost vá gerar muitas produções com o mesmo nível de tramas complicadas porque é difícil vender esse tipo de produto. Mas é minha opinião, afinal de contas o J.J. Abrams está aí. Ele já fez uma vez, e vá saber o que ele vai fazer no futuro. Ele é o Midas da vez, como Chris Carter, Stephen J. Cannell e Dick Wolf foram. Depois dele vai vir outro. Não que vá deixar de produzir, mas vai virar feijão com arroz. Hoje você vê uma produção do Dick Wolf já sabe que é uma história policial. Se for do J.J. Abrams, já sabe que é de mistério.

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  • Chris Carter

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