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'Manifestante' é eleito a personalidade do ano

O semanário americano presta homenagem aos que protestaram no Oriente Média, países da África e nos diversos 'Occupy' pelo mundo

Por Murilo Roncolato
Atualização:

O semanário americano presta homenagem aos que protestaram no Oriente Média, países da África e nos diversos ‘Occupy’ pelo mundo

 

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SÃO PAULO – O “Manifestante” foi a figura eleita como a personalidade do ano pela revista americana “Time“. A publicação justifica a escolha como sendo uma homenagem a todos os civis que protestaram desde a Primavera Árabe, Grécia até os acampantes dos diversos “Occupy” do mundo.

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O editor da revista, durante o programa “Today Show” na NBC disse que a escolha é dedicada aos “homens e mulheres de todo o mundo, em particular do Oriente Médio, que derrubaram governos e levaram um sentido de democracia e dignidade a pessoas que não tinha nada antes”. “Essas são as pessoas que está mudando a história e que mudará a história do futuro”, disse Richard Stengel.

Em 2011, inúmeros levantes foram vistos nos países do norte da África (Líbia, Tunísia e Egito), no Oriente Médio (Irã, Síria, Arábia Saudita e Iêmen), em praças da Europa (Espanha e Reino Unido) , Estados Unidos, Brasil e de diversos outros lugares no mundo.

Em comum, o uso da internet para comunicação, organização e divulgação do que estava acontecendo, passando os fatos de um plano local para o mundo conectado. O Facebook foi a ferramenta mais visada por manifestantes que usaram a rede social para organizar passeatas e articular o movimento de revolta.

Por conta disso, a internet e demais tecnologias utilizadas, como o BBM, passaram de instrumentos a vítimas. Governos de países de naturezas diversas se utilizaram do controle e por diversas vezes do corte de conexão buscando isolar manifestantes e, assim, apaziguar a situação local.

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“Pensávamos que esses ditadores não iam ser derrotados. E então essas gentes arriscaram suas vidas, arriscaram suas casas, para sair às ruas em busca de mudanças que ninguém havia esperado. É realmente algo transformador e acredito que está mudando o mundo para melhor”, analisou o editor do semanário.

“Há um contágio de protestos. O Irã antecipou o que ia acontecer no mundo árabe e o que se passou lá influenciou o Occupy Wall Street e o Occupy Oakland e os protestos na Grécia e em Madri”, disse Stengel.

A figura do “Manifestante” concorreu ao prêmio de “personalidade do ano” com Kate Middleton, a esposa do príncipe William da Inglaterra; e o almirante William McRaven, comandante do grupo SEAL da marinha norte-americano que teria assassinado Osama Bin Laden no Paquistão.

O nome de Steve Jobs foi cotado, mas Stengel o descartou porque “não foi nesse ano em que ele transformou” a indústria de tecnologia. Em 2010, Mark Zuckerberg foi o eleito a “personalidade do ano” no auge dos seus 26 anos.

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Mais prêmios. O Parlamento Europeu entrega nesta quarta-feira o prêmio Sájarov a cinco ativistas da Primavera Árabe, embora apenas três poderão recebê-lo em pessoa em cerimônia a ser realizada em Estrasburgo.

A egípcia Asmma Mahfuz, o líbio Ahmed Al Sanusi, o cartunista sírio Alí Farzat, a jornalista e advogada síria Razan Zaituneh – que ainda está escondida por segurança – e o tunisiano Mohamed Buazizi, já falecido.

Mahfuz, jovem de 26 anos, disseminou pelo Facebook um vídeo no qual convoca jovens a se manifestarem na praça Tahrir, no Cairo. O ativista Sanusi foi acusado de conspiração pelo regime de Muamar Gadafi e passou 31 anos na prisão. Farzat fez críticas satíricas com seus quadrinhos sobre a ditadura de Bachar el Asad e foi perseguido.

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O Prêmio Sájarov pela Liberdade de Consciência foi criado em 1985 e tem por objetivo homenagear pessoas e organizações que de alguma maneira contribuíram para a defesa dos direitos humanos e da liberdade.

/ Com Agências

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