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Mapa é visualização do conhecimento""

ENTREVISTA: Marcelo Quintella, gerente de produtos do Google para América Latina

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Você acha que aumentou o uso de ferramentas de geolocalização em 2010? Acho que começou com força em 2010, só que mais fora do Brasil. Principalmente por causa do custo dos dados, que nos EUA, por exemplo, é mais razoável. O Brasil viu isso começar e deve entrar com força em 2011, como uma tendência da baixa do preço de planos de dados.

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O brasileiro sempre incorpora novidades, mas o Foursquare, por exemplo, não vemos muito… A grande dificuldade era o plano de dados. Você vê muita gente com iPhone ou Android, mas só conecta no Wi-Fi, não usa dados principalmente por conta do valor. Agora isso está mudando. A penetração de celular no Brasil está chegando a 100%, então o pessoal vai ter de começar a olhar com mais carinho para o plano de dados. Até então, as operadoras davam muito mais atenção para o plano de voz. Agora, acho que vai entrar uma competição mais saudável.

Quais tendências cresceram neste ano? Já havia empresas georreferenciando dados para o usuário final, com ferramentas como Google Maps, fazendo parcerias. O que começou a ganhar mais força em 2010 são os dados georreferenciados gerados pelos próprios usuários.

No pé. Mapa marca árvores frutíferas Foto: Estadão

Quais são os fatores que levaram a isso? Há duas motivações. A primeira é que a maioria da população consome, mas tem um parte dela que gera informação. O dado georreferenciado tem aquele prazer do ‘eu conheço a minha vizinhança’ ou ‘sei recomendar seja uma rota de bicicleta ou um restaurante’. Isso está acontecendo muito, seja no Twitter, seja no Facebook. E no Google Maps o pessoal usa o mapa como ferramenta de visualização do conhecimento dele. A segunda é que a pessoa que está consumindo conteúdo quer melhorar o resultado de busca. ‘Vou achar os restaurantes perto de mim, vou ver os amigos que estão perto de mim.’ Você está preocupado em ter um conteúdo georreferenciado. Há uma coisa que eu acho que o Twitter fez muito bem, que é facilitar a vida de quem é só consumidor para fazer que ele também crie informação georreferenciada, seja no celular ou na câmera fotográfica.

Como anda o Google Latitude? Lá fora ele é mais forte. De novo acho que é uma questão do custo dos dados. Mas há muito a ser feito. Acho que tem de integrá-lo a outros produtos, saber não só onde as pessoas estão, mas o que estão fazendo e quais os seus interesses.

Qual é a grande aposta para 2011? As plataformas móveis. Se o usuário preferir outro telefone ao Android, mas estiver usando a internet, para o Google está bom. Com os telefones modernos, haverá uma expansão imensa de conteúdo gerado pelo usuário em 2011. E ele já é georreferenciado, porque você vai ter um GPS plugado com a pessoa a todo momento. Outra coisa é a integração de web com o mapa. Eu acho que o Google Maps deveria ser um resultado de busca. Quando a melhor visualização para o usuário for um mapa, o Maps deveria aparecer. Acho que estamos começando a entender a georreferenciamento de conteúdo não estruturado, de identificar num texto uma noção de local e começar a contar isso no mapa.

—- Leia mais:Link no Papel – 20/12/2010

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