PUBLICIDADE

Maratona hacker busca cruzar dados públicos

Transparência Hacker e a Controladoria-Geral da União incentivam programadores a se debruçar sobre dados públicos

Foto do author Anna Carolina Papp
Por Anna Carolina Papp
Atualização:
 

Transparência Hacker e a Controladoria-Geral da União incentivam programadores a se debruçar sobre dados públicos

PUBLICIDADE

SÃO PAULO –Ao passear pelos galpões da Campus Party, é possível observar centenas de pessoas vidradas na frente de seus computadores, não apenas usufruindo conteúdo, mas criando coisas novas. Boa parte delas está desenvolvendo alguma coisa — seja um app, uma plataforma, um serviço. Para incentivar essas atividades, o evento conta com uma série de hackathons — maratonas hacker que encorajam a criação de projetos que traduzam imensas bases de dados em ferramentasúteis ao dia a dia.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook, no Google+ no Tumblr e no Instagram

 Foto:

Um deles é o “Hackathon – Dados Governamentais Abertos“, que nasceu de uma parceria entre a Comunidade Transparência Hacker e a Controladoria-Geral da União. O objetivo é incentivar a transparência e promover a publicação e o uso de dados governamentais abertos no País.

O hackathon teve início na terça-feira, 29, e estava previsto para terminar nesta sexta-feira, 1º — mas há chances de o prazo ser prorrogado. Não há um tema específico; basta que o participante escolha uma base de dados pública e crie uma ferramenta que organize essas informações visualmente e que seja útil para a sociedade.

Daniela B. Silva, cofundadora da organização Transparência Hacker, explica os critérios que serão levados em conta pela mesa avaliadora, composta por membros do governo federal e da Controladoria-Geral da União: “O primeiro e o mais importante é o interesse público — se o projeto tem um propósito coletivo e se amplia a transparência”, disse.

“Avaliaremos ainda se tem qualidade técnica e criatividade e, por fim,a abertura — se tem a documentação do que foi usado, em qual licença e se pode ser facilmente replicado, porque só trabalhamos com código aberto, explicou.”

Publicidade

O prêmio é de R$ 1 mil reaisao vencedor, camisetas com o logo da maratona e adesivos a todos os participantes.

Remunerômetro. Um dos participantes é Luiz Leão, programador e integrante da Transparência Hacker.Sua ideia é fazer uma comparação da diferença salarial entre os diferentes cargos públicos. “Quero achar a média do valor de salário por cargo e ver o custo desse cargo por hora; depois, quero mostrar o custo total do que é gasto com os salários públicos, para que o usuário possa ver em tempo real, como acontece com o impostômetro”, contou.

 Foto:

Luis Leão, de 31 anos, quer criar o ‘Remunerômetro’, que calcularia o montante salarial de ocupantes de cargos públicos. FOTO: Anna Carolina Papp/ESTADÃO

Leão se interessou por essa base de dados porque, em seu trabalho, recebe por hora; e quer saber quanto custa o trabalho dos parlamentares nesse sentido. “Podemos observar que o ‘tempo’ dele custa muito mais do que de um professor da rede pública, por exemplo”, comentou.

Leão conseguiu acessar os dados abertos das folhas de pagamento, e tem trabalhado a partir daí. “A base de dados é imensa”, observou. “Quero ver se vou conseguir terminar a tempo.”

Germinobomba. Uma outra alternativa que Leão considera para a competição é atualizar um projeto que ele desenvolveu para uma outra maratona, um evento do Citizen Cyber Science. O Germina Sampa é um aplicativo que combina o mapeamento das áreas gramadas de São Paulo e a proposta de fazer uso desses locais para agricultura urbana.

 Foto:

A ideia é mapear as áreas para incentivar o uso de germinobombas – bolas de adubo, argila e sementes, que podem ser lançadas em áreas verdes, terrenos  baldios, vasos e canteiros abandonados, canteiros centrais das ruas e praças abandonadas.

Publicidade

O programador conta que hoje ainda não existe um mapa das áreas verdes de São Paulo; no entanto, dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo, mostram as ordens de serviço de plantio e corte de grama na cidade. A partir dessas informações referentes à poda, ele desenvolveu essa ferramenta.

Em altaLink
Loading...Loading...
Loading...Loading...
Loading...Loading...

Leão quer atualizar essa base de dados, uma vez que agora a prefeitura disponibiliza imagens de antes pontos com imagens de antes e depois da poda — em que, conta ele, é possível visualizar alguns locais em que o serviço não é feito. Perguntado sobre qual projeto vai entregar para concorrer ao prêmio de R$ 1 mil, Luis respondeu: “O que eu conseguir terminar!”

Daniela B. Silva conta que, entre os temas que serão abordados em projetos no hackathon, estão teto salarial de parlamentares, cruzamento de dados entre conectividade e acesso à internet e índice sócio-econômico e de educação, discurso de parlamentares e projetos propostos na Câmara, entre outros.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.