Dona de uma plataforma que permite a criação e venda de cursos online, a startup mineira Hotmart anunciou nesta terça-feira, 17, a aquisição de uma das maiores plataformas de ensino online dos EUA, a Teachable. Considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo pela revista Fast Company, a Teachable será usada como a porta de entrada da Hotmart no mercado americano. Os valores da aquisição não foram revelados, mas a negociação contou com recursos da Hotmart e de investidores da empresa, como os fundos americanos General Atlantic e GIC.
Fundada em 2011 em Belo Horizonte, a empresa tem escritórios no Brasil, Espanha, México, Colômbia e Holanda, com cerca de 1,4 mil funcionários distribuídos pelo mundo – 500 deles estão no País. “Quando a gente começou a nossa expansão global, começamos pelo mercado de países que falam espanhol. A gente atacou esse mercado e se tornaram muito relevantes”, diz João Pedro Resende, cofundador e presidente executivo do País. “Mas os EUA são diferentes, ganhar espaço no mercado lá leva tempo, então decidimos entrar nesse mercado via aquisições.”
O negócio foi fechado mesmo com as semanas conturbadas por conta do coronavírus. Nesta semana, as duas empresas já vão agir em conjunto: tanto Hotmart quanto Teachable vão disponibilizar gratuitamente suas plataformas para que professores no mundo todo possam transmitir suas aulas ao vivo para estudantes. Para usar o recurso, basta se cadastrar no formulário disponibilizado.
Com a compra, João Pedro Resende assume o cargo de presidente executivo também do grupo Hotmart, enquanto a presidência da Teachable continua nas mãos do empresário e fundador da empresa, Ankur Nagpal. Seguindo a estratégia de posicionamento no mercado, a empresa brasileira tem ainda mais planos de expansão para um futuro próximo. Com base de conteúdo em português, inglês e espanhol consolidada, a intenção é avançar para ainda mais idiomas, para abranger ainda mais pessoas ao redor do mundo.
“A gente espera continuar crescendo em ritmo bem acelerado nos mercados que a gente já é forte e agora vamos olhar para outros idiomas. É uma estratégia baseada no tamanho de mercado. Existem boas oportunidades que eu enxergo como, por exemplo, na Indonésia, e também em mercados mais tradicionais”, afirma Resende.
*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas