Quando o filme Velozes e Furiosos foi lançado no ano de 2001, popularizou instantaneamente um conceito: o do tunning. Ter o carro exatamente igual ao das outras pessoas, exceto pela cor, já não interessava mais. Por isso neons, nitros, pinturas estlizadas e escapamentos barulhentos foram adicionados aos carros. Na Campus Party, o caminho dos computadores parece ter tomado o mesmo rumo: após a primeira edição, em 2008, cada vez mais campuseiros se embrenham no mundo do modding – que significa “tunar” seu PC, estilizá-lo, e (afirmo com medo) transformá-lo em uma obra de arte plástica.
A área vem tomando muito espaço na Campus Party. Um fato que comprova isso é que de todas as centenas de debates, palestras e micro-eventos, o que mais se destacou nessa edição da CP foi o computador em forma de Kratos do baiano Maciel Barreto. Se você acompanhou alguma reportagem, sem na internet, jornais ou televisão sobre o evento, você com certeza viu a CPU no formato do protagonista do game God of War (até Dilma se encantou “a obra”). A história já foi contada e recontada: Maciel demorou três meses apenas para fazer o desenho do Kratos e gastou R$ 8 mil para colocá-lo em prática – tudo pago pela empresa de computação que o patrocina. Jogador fanático por God of War, o baiano resolveu fazer um PC na forma de Kratos em homenagem a um amigo que também gosta muito do game.
Kratos PC, o objeto mais fotografado da Campus Party Fotos: Filipe Serrano/AE
Maciel afirma que começar a fazer modding foi quase que uma consequência inevitável para ele: “Logo que eu comprei o computador, eu queria transformá-lo em algo diferente, não igual a todos. Comecei a pesquisar e vi que tinha um pessoal que já fazia isso e depois entrei de cabeça”. Para ele, a maior dificuldade da técnica é conseguir capital suficiente para criar. “è difícil conseguir o dinheiro para por em prática tudo que você planeja”, conta.
Outro modding que ficou famoso aqui na Campus Party foi o de Omar Majzoub. O campuseiro trouxe ao evento um modding todo inspirado na série Lost. Dessa forma, o CPU é em forma de octógono (só tem lógica para quem acompa o programa) e vem como o logo da Dharma. O logo da série também vem estampado, da mesma forma que está na abertura da série. Omar demorou cinco meses para concluir a obra e gastou dois mil reais (economizou bastante, já que usou peças que já tinha em casa). A opção em fazer um computador com referências à série, não tem outro motivo senão o fato de que o campuseiro é fã de Lost. Ele explica: “Eu queria trazer um bom case para apresentar aqui na Campus Party e resolvi fazer relacionado com Lost. No começo pensei em fazer o computador em forma de ilha (na série, os perosnagens estão perdidos em uma ilha), mas não conseguia encaixar algo assim. Então pensei no octógono e deu certo”.
”Lostmod”, o computador estilizado por Omar
O curioso é que a primeira vez que Omar viu um modding foi na Campus Party de 2008. “Achei tudo aquilo muito bonito e logo depois comecei a pesquisar, ir atrás de fazer os meus moddings”, conta o campuseiro. Ao contrário de Maciel, Omar acha que o mais complicado nessa arte é conseguir transpor as ideias do papel para a realidade.
Outro modding que chama bastante a atenção na Campus arty é o dragão de Alexandre Ferreira. Olha ai embaixo (é realmente impressionante):
Sim, tem um processador ai dentro