Morre Don Valentine, fundador do Sequoia e pioneiro do Vale do Silício

Pioneiro do Vale do Silício, o gestor de fundos de capital de risco Don Valentine fundou um dos principais fundos da região, o Sequoia Capital, que já investiu em empresas como Facebook, Oracle e Nubank

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Por Erin Griffith
Atualização:

Pioneiro do Vale do Silício, o gestor de fundos de capital de risco Don Valentine morreu nesta sexta-feira, 25, em sua casa em Woodside, na Califórnia. Com 87 anos, Valentine trabalhou nas empresas que deram origem ao Vale, como a Fairchild Semiconductor, e fundou um dos principais fundos da região, o Sequoia Capital, que já investiu em empresas como Facebook, Oracle e Nubank. De quebra, Valentine também escreveu cheques para empresas como Atari, Cisco e Apple. 

Nascido em 1932, em Nova York, ele estudou Química antes de começar sua carreira – o primeiro passo foi dado em 1959, quando ele entrou na fabricante de chips Fairchild, lembrada muitas vezes como a “startup original do Vale do Silício”. Em uma entrevista em 2013, Valentine disse que quando chegou à região, o termo “Vale do Silício” ainda não havia sido criado. Ele também passou pela National Semiconductor, uma empresa derivada da Fairchild. 

Don Valentine, pioneiro do Vale do Silício Foto: Sequoia

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Em 1972, ele criou a Sequoia, em cujo escritório foram criadas empresas como a Sierra Semiconductor e a produtora de games Electronics Arts. Valentine também investiu na Atari em 1975, e em 1978, escreveu um cheque de US$ 150 mil para a Apple. Ele também investiu na Cisco e foi seu presidente de conselho por três décadas. Segundo John Chambers, que foi presidente executivo da fabricante de infraestrutura de telecomunicações, Valentine sempre foi um “líder forte e que gostava de ter um papel ativo nas empresas em que apoiava.” 

Em meados dos anos 1990, Valentine deixou o comando da Sequoia para a dupla Michael Moritz e Doug Leone. “A vida de Don está intrinsecamente costurada no tecido do Vale do Silício”, disse Leone, em uma nota. “Ele deixou a sua marca em todos os que tiveram a honra de trabalhar com ele – o que significa os fundadores e líderes de algumas das empresas mais importantes do final do século XX.” 

Em um texto publicado no site da Sequoia, a empresa lembrou suas idiossincrasias. “Ele gostava de tinta verde, nunca bebia café, ouvia atenciosamente e entendia a virtude do silêncio”, diz o texto. Valentine costumava avaliar startups de acordo com sua resposta a uma questão: “Quem se importa?”. 

Em uma entrevista concedida em 2013, Valentine explicou um elemento de seu sucesso. “A chave de se fazer bons investimentos é assumir que o passado está errado. Fazer algo não é sobre parte do passado, é fazer sobre algo inteiramente diferente”, disse. / TRADUÇÃO DE BRUNO CAPELAS

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