CEO global da empresa anunciou em São Paulo novo modelo de baixo custo que estará à venda a partir de hoje por R$ 649
SÃO PAULO – A Motorola escolheu o Brasil para sediar o lançamento global do seu primeiro smartphone de baixo custo Moto G. O CEO global da empresa, Dennis Woodside, veio a São Paulo anunciar o novo modelo criado para acirrar a concorrência com as rivais Apple e Samsung no mercado de smartphones.
O Moto G tem design baseado no Moto X, tela HD de 4,5 polegadas com proteção Gorilla Glass, processador quad-core Snapdragon 400 1.2 GHz, 1 GB de RAM, versão pura do Android 4.3 Jellybean, com garantia de atualização para Android 4.4 KitKat no início de 2014, e bateria com 24 horas de duração. O modelo está à venda no Brasil e em parte da Europa , em versões de um e dois chips, e vai custar a partir de R$ 649 sem plano com operadora na versão 8GB. Nos Estados Unidos, os preços vão partir de US$ 179.
O aparelho aposta no modelo adotado pela Motorola desde a compra pelo Google, há dois anos, que tenta aliar alta tecnologia e baixo preço para colocar a empresa como uma terceira via no mercado de smartphones. O Moto G quer concorrer com modelos como o iPhone 4 e Galaxy Fame e oferecer no modelo de baixo custo especificações de modelos topo de linha.“As pessoas estão presas a duas opções. Ou elas pagam milhares de reais por um iPhone ou Galaxy S4, ou compram um produto novo e barato, mas com tecnologia velha e que não funciona bem”, disse Woodside, ao Link. “Conversamos com consumidores no mundo todo para desenvolver o modelo e descobrimos que no Brasil a coisa mais importante para as pessoas na hora de comprar um telefone é que tenha um preço que elas possam pagar”, diz.
O Moto G terá também outras duas versões especiais: a Colors edition, em versão Dual SIM (dois chips) com 16GB e com quatro capas coloridas para usuário customizar o aparelho, e o Moto G Music edition, também com dois chips,memória interna de 16GB e um fone de ouvido sem fio com alcance de até 150 metros (o modelo terá rádio FM embutida). O primeiro, estará disponível nas lojas a partir de 18 de novembro por R $ 799 e, o segundo, a partir da primeira semana de dezembro por R$ 999. “Acreditamos que é melhor produtocom Android da sua categoria”, diz Woodside.
O Brasil é o atualmente o segundo maior mercado da Motorola, que tem como principais concorrentes no País a LG e a Samsung. No mercado global, porém, é a Samsung que a Motorola pretende bater. “Todo mundo merece uma experiencia móvel de alta qualidade. A internet é muito importante e a indústria falhou em prover boas escolhas para consumidores que estão com orçamento apertado. Queremos ser uma alternativa “ diz Woodside.
Nas próximas semanas o Moto G chegará aos demais países da América Latina, Europa e ao Canadá. Nos Estados Unidos estará disponível a partir de janeiro, seguido de Sudeste da Ásia, Índia e Oriente Médio. No total, o produto será vendido em mais de 20 países do mundo com 60 parceiros em 2014.
Especulação.
Embora a Motorola tenha tentado manter sigilo sobre o lançamento do novo smartphone, detalhes sobre o aparelho vazaram na semana passada na imprensa internacional. No fim de semana,uma versão do modelo apareceu em um site da Amazon no Reino Unido ao preço de 160 libras (US$ 260), sem contrato com operadora de telefonia.
O Moto G tem sido apontado comouma tentativa de reverter as baixas vendas modelo topo de linha Moto X, lançado em agosto. O smartphone tem como um dos pontos fortes o sistema de reconhecimento de voz e de gestos, que permite ao usuário executar ações sem tocar no aparelho. O produto foi bem-recebido no mercado, mas não conseguiu converter as boas críticas em vendas.
De acordo com a consultoria Strategy Analytics, aproximadamente 500 mil Moto X foram vendidos no último trimestre, enquanto o concorrente Galaxy S4, da Samsug, vendeu mais de 10 milhões de unidadesno primeiro mês de lançamento.
Questionado, o CEO da empresa diz que não tem números sobre o Moto X para divulgar, mas que o modelo tem tido bons resultados na América Latina e deve chegar também à Europa.
Os resultados financeiros da Motorola também não têm empolgado.A receita deste ano foi 36% menor do que a de 2012, e o prejuízo operacional da empresa chegou US$ 248 milhões no terceiro trimestre. Altamente lucrativo, o Google vem injetando dinheiro na Motorola para o desenvolvimento de novos produtos.
Woodside diz que hoje a empresatem um departamento de desenvolvimento focado em pensar inovações que estejam, no mínimo, três anos a frente, como o projeto Ara (que prevê o desenvolvimento de um smartphone modular) anunciado na semana passada. “Estamos investindo em negócios, no marketing e desenvolvimento de produtos. Nossa meta é fazer o negócio voltar a crescer e o Moto G é parte disso”, diz.
Depois de lançar dois smartphones, qual seria a próxima cartada da Motorola? Um tablet Nexus Motorola seria uma futura aposta da marca? “Pode haver algo. Nunca se sabe. Mas não há nada para falar sobre agora”, desconversa Woodside.