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Muda o hábito; não o livro

Leitura em tempos digitais foi o tema de duas mesas da Flip; veja principais pontos debatidos

15/08/2010 | 19h55

  •      

 Por Redação Link - O Estado de S. Paulo

por Rodrigo Villela

Duas das mesas mais comentadas da FLIP tiveram o livro como tema central. A primeira com os historiadores Peter Burke e Robert Darnton e a segunda com Darnton e John Makinson, CEO da Penguin.

Para Burke, a questão não é a morte do livro. A importância dele é que vai diminuir ainda mais. Tanto em relação a outras formas de comunicação como em circulação. Os que sobreviverão serão mais curtos, mais fáceis de ler nos gadgets. A questão fica para os volumes mais densos, que não devem resistir. Portanto, o que mudará é o hábito de leitura, não “o livro”. A leitura deve, progressivamente, passar a ser cada vez mais cruzada, fragmentada, como a música e a ideia de disco, cada vez mais remota.

Essa visão panorâmica do livro e da leitura muda a maneira como editores se relacionam com o objeto livro, exigindo alterações na visão de mundo do negócio editorial.

Ritmo acelerado

Burke tem receio de que as futuras gerações percam a habilidade de ler devagar. Como metáfora usa o slogan “slow food slow reading”. E continua, para deleite da plateia: “Meus dias em Paraty têm sido

ótimos porque ver tanto entusiasmo a respeito dos livros mostra que o fim deles está longe”.

Robert Darnton afirma que o livro tal qual o conhecemos é uma das grandes invenções de todos os tempos, por suas qualidades como durabilidade, mobilidade e produção. Para ele, o conhecimento pertence a toda a humanidade, e a questão do direito autoral é central na discussão sobre o futuro do conhecimento. Darnton aborda ainda o grande enclave da tecnologia: a validade dos suportes e softwares, o que pode mudar a maneira como as pessoas se relacionam com os livros esuas leituras, tornando-os cada vez mais perecíveis.

Robert Darnton na Flip (TASSO MARCELO/AE)

Google e digitalização

Darnton assumiu em 2007 a direção da Biblioteca da Universidade Harvard, com a missão de digitalizar e tornar acessível o acervo da instituição, via web e gratuitamente. Para ele, o Google representa uma grande oportunidade e um grande perigo. Oportunidade porque com os 2 milhões de livros digitalizados possibilitam ampla consulta. Perigo porque o Google pode comercializar nosso patrimônio cultural: “O Google está criando o maior monopólio, jamais visto, um monopólio de uma nova maneira de acessar o conhecimento”, disse em relação à digitalização de bibliotecas.

Darnton reforça seu ponto de vista, dizendo que o Google deveria digitalizar e disponibilizar esse acervo gratuitamente. Mas ele não acredita que isso vá ocorrer: “Não se deve comercializar grandes bibliotecas e colocá-las nas mãos de uma empresa construída para dar lucro aos acionistas”, complementa.

Makinson, que tem ampla experiência em livros digitais na Penguin, reforça as diferenças entre a comercialização de músicas e livros: “O consumidor de música muitas vezes não quer um disco todo, apenas uma faixa. O de livros vai comprá-los inteiros, pois não se interessa por apenas um capítulo”.

Jornais em perigo

Quanto ao futuro do jornal, Darnton e Makinson se mostraram muito mais preocupados, pois para ambos, os jovens em geral não leem mais jornal em papel e o conteúdo digital ao que têm acesso é fruto de buscas. Com isso, o leitor só lê aquilo que se interessa e o que procura, o que seria ainda mais preocupante.

Livros e mercado

No Brasil, a área editorial vive um momento de crescimento muito marcante, tanto para as grandes livrarias como para as principais editoras. Nesse cenário, o futuro do livro é a grande questão da vez. Após essas mesas da FLIP vários editores correram para o Fórum Internacional do Livro Digital, da CBL, que ocorreu dias 10 e 11.

    Tags:

  • Flip

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