Museu do novo

Investimento de US$ 19 milhões, museu recém-inaugurado resgata pré-história da computação

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Por Rafael Cabral
Atualização:

O Museu da História da Computação, dono do maior acervo de aparelhos eletrônicos de antes e depois da invenção do PC, acaba de se mudar para onde grande parte da história da tecnologia digital no século 20 se passou – o Vale do Silício. A instituição, que foi criada nos anos 70 para abrigar a coleção pessoal de Gordon Bell, da Microsoft, agora, fica na vizinhança do Google, em Mountain View, na Califórnia.

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Entre as preciosidades em exposição permanente estão os primeiros servidores usados pelo futuro gigante das buscas, com os fios todos enrolados e prestes a entrar em curto-circuito. O ex-CEO da empresa, Eric Schmidt, que entrou no Google na transição entre startup promissora e maior das companhias de internet, faz parte do conselho do projeto, junto de ilustres como Linus Torvalds (criador do Linux), Steve Wozniak (cofundador da Apple) e Tim Berners-Lee (o pai da web), entre outros.

Tanto os figurões quanto as grandes empresas de tecnologia da área adotaram o museu. Até porque ele arquiva documentos, aparelhos e equipamentos raros que, juntos, reconstroem a história recente da inovação – principalmente, a explosão do microcomputador pessoal, o barateamento do arquivamento de dados e a internet.

Foi principalmente por causa de uma doação de Bill Gates – nada menos que US$ 15 milhões – que o projeto conseguiu se reciclar, adquirir novos artefatos e mudar-se para uma gigantesca sede de US$ 19 milhões ao lado do Googleplex.

“Temos a coleção mais importante de computadores históricos, hardware, software, vídeos, filmes, gravações de áudio e manuais técnicos. São mais de 100 mil objetos”, afirma Dag Spicer, curador do Computer History Museum em entrevista ao Link.

Segundo Dag, a grande dificuldade de gerenciar o local é saber quais os produtos que, mesmo recentes, merecem ou não o rótulo de “históricos”. “Por isso, esperamos dez anos antes de aceitar um objeto novo no acervo”, explica.

Reaberto no começo de 2011, o museu abriga uma exposição sobre os primeiros 2 mil anos da computação, “do ábaco ao iPod”. A mostra explica como os humanos lutaram para dominar o mundo através do cálculo e, durante o processo, criar coisas novas e inesperadas de inteligência e beleza excepcionais”, conclui.

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Fachada. Instituição fica na vizinhança do Googleplex, sede do Google Foto:
Netscape. O navegador do disquete (1994) dominou a internet antes do Explorer Foto:
ENIAC. Computador pago pelo Exército dos EUA era todo eletrônico já em 1946  Foto:
Apple 1. Steve Wozniak inventou, em 1976, o computador pessoal Foto:
Apple 2. Foi o primeiro microcomputador pessoal bem-sucedido nas vendas Foto:

—- Leia mais:‘Link’ no papel – 31/01/2011

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