'Não existe garantia de internet livre'

BRASÍLIA - No início de outubro, o governo dos Estados Unidos declarou como concluída sua função como supervisor da internet e entregou a gestão da autoridade da internet responsável pelos nomes de domínios (Iana, na sigla em inglês) para a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann). A medida tem sido apontada como um passo para reduzir a possibilidade de intervenção de governos no funcionamento da internet. Para ativistas, a transição impede que os EUA tenham um papel central na rede, algo preocupante considerando os casos de vigilância em massa revelados pelo informante Edward Snowden.

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Por Claudia Tozzeto
Atualização:
  Foto: André Dusek|Estadão

Para Vint Cerf, a migração da Iana para a Icann não tem efeito prático na proteção da internet. “Não existe uma garantia de que a internet vai continuar livre”, diz o evangelista chefe de internet do Google. “Sempre há uma ameaça.”

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Segundo Cerf – que já foi presidente do conselho da Icann no período entre 2000 e 2007 – o processo de transição levou dois anos. Depois de deixar o governo dos EUA, a entidade passa a ser gerida por um comitê multissetorial, com representantes de vários segmentos, como universidades e governo. “Agora, a Iana está funcionando de forma totalmente independente.”

Na prática, embora a decisão seja importante para manter o funcionamento da internet, Cerf admite que a maioria dos usuários não se importa com o assunto. “A maioria das pessoas nem sabe o que é a Icann”, diz o pioneiro da internet. “Eles só querem que a rede continue a funcionar direito.”

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