No tapetão

O alvo principal é o Google, na mira de Apple e Microsoft. A empresa que criou o Android acusa a guerra das patentes de travar a inovação

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Por Filipe Serrano
Atualização:

O alvo principal é o Google, na mira de Apple e Microsoft. A empresa que criou o Android acusa a guerra das patentes de travar a inovação

Guerra das patentes – clique na imagem para ampliá-la.  

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Desde que o Google resolveu se aventurar em mais uma área que não era até então a dele, as empresas que hoje disputam as lucrativas vendas de smartphones travam uma Guerra Fria entre si, com acirradas disputas judiciais ou acordos bilionários.

A disputa se resume aos três grandes da tecnologia – Google, Apple e Microsoft – direta ou indiretamente e, há pouco menos de um ano, passou a acontecer em tribunais e agências de regulação nos EUA.

De um lado, o Google busca um mercado novo, aliado a parceiros como Samsung e Motorola. De outro, Apple, Microsoft e outras empresas contra-atacam processando as empresas parceiras do Google de violação de patentes ou buscam acordos de licenciamento de suas tecnologias. Alguns casos chegam ao bizarro desfecho em que as empresas processadas entram na Justiça pedindo indenização por outras patentes suas (veja o infográfico abaixo).

A briga chegou a tal ponto que hoje, quando você compra um celular Android, parte do dinheiro pode ir para os concorrentes.

A taiwanesa HTC fez um acordo de licenças com a Microsoft no ano passado e paga à empresa de Bill Gates US$ 5 (R$ 7,88) para cada celular Android vendido. De acordo com a agência Reuters, a Microsoft negocia acordo ainda maior com a Samsung, entre US$ 10 e US$ 15 por celular Android vendido.

A ação da Apple é ainda mais agressiva. A empresa, que desde a década de 1970 registra suas tecnologias, decidiu enfrentar as mesmas fabricantes na Justiça, acusando-as de violação de patentes, e pressiona para causar o maior desgaste possível nos aliados do Google.

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O Google perdeu a chance de se proteger contra processos diretos ou indiretos. Um leilão, há duas semanas, de mais de 6 mil patentes da falida empresa de telecomunicações Nortel era a esperança contra novas ameaças.

Não deu certo. Apesar de ser favorito, o Google não cobriu o último lance de um grupo de empresas liderado justamente pela Apple, como a Sony, a fabricante do BlackBerry (RIM), a empresa de telecomunicação Ericsson, a fornecedora de serviços de tecnologia EMC, além da Microsoft. O grupo, batizado de Rockstar, pagou US$ 4,5 bilhões (R$ 7,09 bilhões) pelas patentes.

Em um blog do Google, quando anunciou a participação no leilão, o vice-presidente sênior Kent Walker desabafou: “O mundo da tecnologia tem visto uma explosão de processos de violação de patentes. Algumas dessas ações têm sido criadas por pessoas ou empresas que nunca criaram nada; outras são motivadas pelo desejo de bloquear produtos competitivos ou para lucrar com o sucesso de um rival.”

Em três anos, o Android virou a maior plataforma de smartphones do mundo. Quando apresentou os resultados financeiros mais recentes, o CEO e fundador do Google, Larry Page, afirmou na quinta-feira que mais de 550 mil celulares Android são ativados por dia.

—-Leia mais:Google errou ao não dar importância a patentesA batalha por JavaLink no papel – 18/07/2011

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