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Novo Moto E reforça estratégia 'democrática' da Motorola

Segunda versão do aparelho de entrada foi apresentada nesta quarta-feira e traz recursos de modelos mais caros

Por Camilo Rocha
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SÃO PAULO – Não se vai muito longe sem encontrar um Moto G na mão de uma pessoa. Ele foi o smartphone mais vendido do Brasil em 2014 e também o modelo mais bem-sucedido da história da empresa veterana do celular em termos globais. A família em volta do Moto G inclui o topo de linha Moto X e o modelo de entrada Moto E, que teve ontem o lançamento mundial de sua segunda edição.

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Se em 2014, a Motorola nadou de braçada ao oferecer recursos sofisticados por um preço acessível, encontrando poucos rivais, o cenário deste ano já se mostra mais complicado, com o avanço de concorrentes que também têm se esforçado em vender mais por menos.

Em entrevista exclusiva ao Estado, o presidente mundial da Motorola, Rick Osterloh, não acredita entretanto que rivais como a Xiaomi, a novata e já gigante fabricante chinesa, estejam oferecendo o mesmo tipo de custo-benefício. Falando sobre o novo Moto E, Osterloh diz que seu diferencial é “trazer a experiência do topo de linha para todos”.

“Todos os concorrentes nos colocam em estado de atenção”, completa Sergio Buniac, presidente da Motorola brasileira, sobre a chegada da concorrente chinesa ao País, prevista para o primeiro semestre de 2015. Para ele, “não basta ter o aparelho por aqui”, mas é preciso também ter assistência técnica, investimento em pesquisa e fabricação local. “Estamos há 20 anos no mercado local.”

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Em termos globais, o executivo norte-americano enfatiza a força que a empresa ganhou depois de ser adquirida do Google pela chinesa Lenovo em 2014, por US$ 2,9 bilhões. “Lenovo/Motorola se tornou a terceira empresa de celulares do mundo, estamos em 50 países e acabamos de voltar a vender na China”, explica Osterloh.

Ele oferece como exemplo de força mundial da marca o mercado indiano, onde o Moto G teria vendido mais que o aparelho rival da Xiaomi. “Em 11 meses, vendemos 3 milhões de aparelhos por lá; eles venderam 1 milhão em seis meses”, garante.

Para Osterloh, o Brasil é “absolutamente crítico” para a estratégia global da empresa. Segundo ele, não só as vendas são empolgantes, como a fidelidade do usuário do País. “Mesmo quando a Motorola estava meio por baixo, muitos consumidores continuaram com a marca”.

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A segunda geração do Moto E tem tela HD de 4,5 polegadas, processador de quatro núcleos e uma nova câmera frontal. Vem com a versão mais recente do sistema Android, a Lollipop 5.0. São quatro as opções de Moto E apresentadas, sendo que três delas têm conectividade 4G (uma destas também inclui TV digital). Os preços ficam entre R$ 569 e R$ 729.

“Cinco bilhões de pessoas no mundo ainda não têm um smartphone. Nosso objetivo é ajudar a resolver esse problema”, diz Osterloh sobre o enfoque da companhia.

O que empresas como a Motorola estão fazendo é ir contra a ideia do smartphone como símbolo de status, que tão bem serve ao mito da Apple, especialmente em países como o Brasil, onde seu preço o torna um produto de elite. Mas, afinal, como muitas pessoas encaram um aparelho sofisticado como item de ostentação, será que eles não trocarão um Moto G por um iPhone assim que tiverem mais condições?

“Não acredito que o mundo funcione assim”, rebate Osterloh. “Os consumidores são espertos, eles preferem receber mais pelo seu dinheiro. Talvez alguns busquem status, mas a maioria não”.

Seu colega brasileiro completa: “Durante a Black Friday, o iPhone 4 teve preço igual ao Moto G e mesmo assim o nosso aparelho foi o mais vendido dessa data”.

A segunda geração do Moto G, lançada no ano passado, vendeu 100% a mais que a anterior nos primeiros 60 dias, segundo Buniac. “Esperávamos 40%”.

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