Mas um dos quiosques chama a atenção. Ao lado dos promotores de uma rede social ecologicamente correta, que dá de brinde uma sementinha aos visitantes e tem promoção para quem tiver mais amigos, se destaca um espaço que passa quase o tempo todo sem nenhum visitante. No estande, uma mulher se senta entre prateleiras de cosméticos de uma marca desconhecida e uma mesa cheia de artigos religiosos – terços, bíblias, santinhos.
Consultada sobre os produtos, ela explica que é tudo exatamente o que parece ser. “Estamos vendendo esses cosméticos: hidratantes, shampoos, condicionadores”, diz. E esses produtos religiosos aqui?, perguntei. “São os produtos religiosos de uma paróquia que estamos apoiando. Tem anéis em aço inox, terços, pro pessoal que quiser”, explicou.
A promotora contratada não sabia o que seu quiosque analógico estava fazendo no meio da maior festa digital no país. Para ela, era natural que estivessem vendendo shampoos – afinal, “qualquer um pode precisar de um shampoo a qualquer momento.”
Passei por lá mais três vezes, com intervalos de horas. Os estandes em volta estavam todos lotados; esse, continuava vazio. Os campuseiros parecem não estar interessados em shampoos e terços. Mas pode ser que o condicionador acabe até o fim da semana…