O hacker que delatou o Wikileaks

Adrian Lamo diz que tomou decisão de dar nome aos envolvidos depois de entender a gravidade do caso

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Por Agências
Atualização:

O hacker norte-americano Adrián Lamo assegurou nesta quinta-feira, 2, que delatou o soldado Bradley Manning, que ele diz ser a fonte das centenas de milhares de documentos secretos do governo dos EUA revelados pelo Wikileaks, por causa da gravidade dos seus atos e por considerar que “muitas pessoas estavam em perigo”. Para Lamo, o propósito do Wikileaks não é mais revelar textos confidenciais, mas servir de “plataforma para a agenda política de Julian Assange”. —- • Siga o ‘Link’ no Twitter e no Facebook

 

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Lamo fez a revelação em uma entrevista para o jornal colombiano El Tiempo. O hacker de 29 anos vive em Boston e passou alguns anos da sua vida na Colômbia, país de seu pai. Ele se tornou conhecido em 2002, quando entrou nos servidores do New York Times, Yahoo, Google e Microsoft.

Em maio de 2010, ele revelou a autoridade que o soldado Manning havia roubado muitos dados para o Wikileaks, o site fundado pelo ativista australiano Julian Assange e que acaba de publicar mais de 250 mil documentos secretos do Departamento de Estado. Lamo assegurou que conversou com Manning e que não tem ideia da razão de ele ter lhe contado sobre seus atos.

“Talvez porque tenha pensado que eu me solidarizaria com o seu caso, que poderia dar-lhe apoio ou ajudar-lhe a baixar todos esses arquivos. Ele estava envolvido no maior vazamento de documentos da história da espionagem, mas não tinha com quem falar e me escolheu”, disse. Inicialmente, Lamo não delatou a pessou que havia vazado os documentos, mas, segundo ele, quando teve noção da proporção do ato, mudou de ideia.

Nos últimos meses o Wikileaks contou com três grandes vazamentos. Uma com documentos sobre a Guerra do Afeganistão, outra sobre o Iraque e, a mais recente, sobre notas diplomáticas dos Estados Unidos que puseram o país em uma situação complicada no exterior.

“Quando ele me disse que estava entregando todos esses documentos a uma pessoa do exterior, percebi que ele estava colocando muita gente em perigo. Se não tivesse feito nada, ficaria atormentado toda noite, pensando que alguém poderia estar sendo assassinado por minha culpa”, explicou.

/EFE

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