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O lado geek do Móveis Coloniais de Acaju

Clipes com ajuda do Instagram e Skype e projetos colaborativos evidenciam paixão da banda pela cultura digital

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Por Anna Carolina Papp
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Clipes com ajuda do Instagram e Skype e projetos colaborativos evidenciam paixão da banda pela cultura digital

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SÃO PAULO – Quase toda banda possui uma conta no Twitter ou um perfil do Facebook, dando as caras na internet de vez em quando para agradar o público.

Agora, imagine utilizar uma rede social como o Instagram para mobilizar cerca de mil pessoas e fazer um clipe com suas fotos. Ou convocar outros tantos para colar fotos impressas em pontos de ônibus da cidade.

Essas foram algumas das iniciativas da banda Móveis Coloniais de Acaju, de Brasília, que teve início em 2001. Assumidamente geek, o grupo de nove integrantes é conhecido por seus projetos colaborativos e sua interação com o público, seja em shows ou na rede.

Uma música, dois clipes, milhares de fotos

A banda já tinha contato com o movimento “amor.beleza.verdade”, que realiza intervenções artísticas nas paradas de ônibus em Brasília. Assim, tiveram a ideia de pegar carona nesse projeto para preparar algo especial para o aniversário da cidade, em 21 de abril.

“Uma semana antes, pedimos para a galera tirar fotos de Brasília e mandar com a hashtag #BSBemteuolhar, mostrando como é que eles viam a cidade”, explica o vocalista André Gonzáles. “Imprimimos as fotos e convocamos os fãs para a ação do dia 20: ‘envelopar’ as paradas de ônibus com as imagens, para que Brasília já amanhecesse com a novidade”.

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A partir dessa ação, foi filmada a primeira versão do clipe “Vejo em teu olhar”, primeiro single desde o lançamento do discoC_mpl_te, em 2009. Os fãs receberam então uma nova missão: enviar fotos pelo Instagram com a hashtag #instamóveis, com base em 15 categorias propostas pela banda – que vão desde “Fotografe um abraço” e “Pôr-do-sol” a “Instrumento Invisível” e “Imite os ponteiros do relógio”.

Foram cerca de sete mil fotos enviadas, que deram origem ao projeto instamóveis e ao segundo clipe da música “Vejo Em Teu Olhar”. “A gente pensou: se em Brasília tinha dado certo, por que não abrir para o Brasil? Daí criamos o instamóveis e montamos o segundo clipe: um projeto totalmente colaborativo”, diz Esdras Nogueira, saxofonista.

Do palco às redes

Essa não foi a primeira vez que o Móveis usou o meio digital para mobilizar o público e realizar projetos inusitados. O clipe “Dois Sorrisos”, lançado no Dia dos Namorados do ano passado, mostrou serenatas feitas ao vivo pelo Skype para casais fãs da banda.

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“O Tempo”, também de 2011, foi o primeiro clipe da história a ser gravado e transmitido ao vivo, com interação do público pelo Twitter – fãs que ajudassem a divulgar a transmissão pela rede social tinham seus nomes grafitados no clipe pelo grupo KollorsKingz. Na última Campus Party, a banda participou com o projeto “ctrl+alt+móveis”, realizando oficinas de videoclipes.

“Sempre tivemos uma ligação com o digital e com a internet, desde o início da banda”, diz Esdras. No entanto, ele conta que apesar de a banda ter seu site desde 2001, foi a partir da turnê do primeiro disco – Idem, de 2005 – quecomeçaram a descobrir uma nova relação com o público; não só no palco, mas nos meios digitais.

“O que a gente cria no palco, as interações que a gente faz com o público – palmas, rodas, a gente descer e convidar as pessoas para tocar os instrumentos de sopro, por exemplo – tudo isso também se reflete no meio digital”, diz André. “Essa nossa interatividade na rede é um reflexo da nossa própria realidade, da cumplicidade e proximidade que buscamos no palco, no real”.

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Ele cita, além dos projetos colaborativos, o fato de o material deles, seja de vídeo ou áudio, estar disponível para download na internet. Além disso, conversam constantemente com fãs por meio das redes sociais.

“Todo mundo aqui é heavy user: um gosta mais do Twitter, outro do Instagram, outro do Facebook. Um posta mais  foto de instrumento, outro do filho, outro de comida”, diz Gabriel Coaracy, baterista. “Somos uma banda essencialmente e assumidamente nerd,gostamos de mexer com tecnologia, não tem como escapar. E isso é um aliado na hora de interagir com o público”.

O próximo disco da banda será lançado em março do ano que vem. No momento, a banda está finalizando a parte de composição das músicas, que serão gravadas no semestre  que vem.

Será que o público pode esperar mais projetos colaborativos no novo trabalho? “Acho que podem esperar isso da gente o tempo todo!”, diz Esdras. Gabriel completa: “Para o CD posterior e depois; depois que o mundo acabar e voltar de novo… a gente sempre vai estar nessa”.

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