'O maior desafio dos bancos é mudar sua cultura'

Em debate que reuniu bancos e startups, especialistas, como Guilherme Horn, blogueiro do Link, apontaram caminhos para setor financeiro

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Por Thiago Sawada
Atualização:
Representantes de bancos, startups e especialista debatem perspectivas do setor financeiros Foto: FELIPE RAU|ESTADÃO

"Ao pensar em startups e grandes bancos, existe uma linha muito tênue entre concorrência e parceria." A declaração do fundador e CEO da startup Controly, Pedro Conrade, deu a tônica do debate realizado pelo Estado na manhã desta segunda-feira, 9, em São Paulo. Na discussão, que aconteceu no auditório da IBM, tradicionais bancos brasileiros e empresas iniciantes que começam a disputar o mercado de serviços financeiros se reuniram para comentar os desafios do setor, junto de especialistas de tecnologia e da editora do Link, Claudia Tozetto. 

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Para o diretor executivo de inovação da consultoria Accenture e blogueiro do Link, Guilherme Horn, a colaboração entre startups e bancos pode beneficiar ambos os lados: as startups podem ganhar escala nos negócios com a base de clientes de um banco; e os bancos podem se tornar mais ágeis para inovar e refletir sobre o papel dos consumidores no negócio. 

“A tecnologia dos bancos foi desenvolvida tendo como base a oferta de produtos e serviços”, diz Horn. Segundo ele, o sucesso das startups está ligado a colocar a experiência do consumidor no centro de tudo. “O maior desafio dos bancos, hoje, é mudar sua cultura”, explica.

Os bancos reconhecem que precisam trilhar um longo caminho para se ajustar ao novo cenário. “O banco tem uma mentalidade meio arrogante de achar que pode fazer tudo. Agora, ele está aprendendo que não precisa pensar sozinho”, diz a superintendente de gestão de tecnologia do Itaú Unibanco, Erica Jannini.

Essa transformação na cultura dos bancos é imprescindível, de acordo com o gerente de invação do Bradesco e um dos responsáveis pelo programa de incentivo a startups InovaBRA, Fernando Freitas. “Sempre focamos muito em produtos e processos. Hoje a gente precisa pensar de forma horizontal em todas as áreas.”

Disruptivas. Por serem mais enxutas e estarem mais afeitas ao risco, as startups brasileiras tentam competir com os bancos de igual para igual. “A startup identifica as necessidades do consumidor e cria soluções mais rápidas”, afirmou o executivo de alianças, novos negócios e iniciativas acadêmicas da IBM para a América Latina, Claudio Bessa.

Essas empresas também tentam se ajustar a mudanças na forma como os consumidores lidam com o dinheiro. “Somos uma empresa de jovens que monta soluções para outros jovens”, diz o fundador da Controly. “Somos iguais.”

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Para os especialistas, as startups não vão substituir os bancos. “Talvez (os bancos) não sejam mais uma única instituição, mas um conglomerado de serviços no futuro”, diz Orlando Purim Júnior, fundador da Atar.

Atualização. O debate também marcou o lançamento do site do Link. A nova versão do site da editoria de tecnologia do Estado inclui um projeto gráfico mais moderno e organização diferente de conteúdos. O design das páginas ganhou ar minimalista e moderno, com destaque para as notícias e reportagens mais relevantes. Todo o conteúdo do portal agora está organizado em cinco subeditorias (Inovação, Cultura Digital, Gadgets, Empresas e Games), que refletem as cinco áreas em que o Link vai focar a sua cobertura nos próximos anos.

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