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Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|O que é preciso num celular?

O que esperamos de um celular? Para cada pessoa, a resposta será distinta

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Steve Jobs foi um dos maiores gênios do século 20. Mas não era um gênio da tecnologia, embora compreendesse tecnologia como poucos. Era um gênio do marketing, no sentido mais profundo que a palavra marketing pode ter. Ele criava ‘markets’; criava mercados. E criava mercados para produtos novos porque, embora fosse incapaz de desenhar um computador ou celular, entendia o que computadores e celulares podiam ser, assim como compreendia como pessoas funcionavam. Jobs ligava um ao outro: o produto perfeito que despertaria encanto, se encaixaria suavemente no cotidiano resolvendo necessidades que sequer imaginávamos ter. Esta segue sendo a pergunta fundamental: o que as pessoas realmente precisam?

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Vendo o lançamento do belíssimo iPhone X, a pergunta não consegue morrer. Do que realmente precisamos num celular? Custa mil dólares, afinal.

Uma das faces do marketing é publicidade. Pergunte a qualquer um quais os melhores smartphones e a resposta será uma de duas. Ou o iPhone de ponta do ano ou, no mundo Android, o Galaxy S8. E, no entanto, há um quê de ilusão nessas respostas. São mais fruto do pesado investimento em propaganda de Samsung e Apple.

Ontem, o Google pôs no ar um filmete singelo no YouTube. É a caixa de seu site sendo preenchida por termos de busca. “O que há de errado com a bateria do meu celular?”, aparece. Daí, “Por que a memória do meu celular sempre acaba rápido?” ou a metafísica “Por que meu celular não me entende?”

No dia 4 de outubro, a empresa que faz o Android lançará a segunda versão de seu próprio smartphone, o Pixel. Faz, também, seu próprio esforço de propaganda. Não é um aparelho que exista à venda no mercado brasileiro, embora alguns o importem.

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Mas, propaganda à parte, as perguntas são pertinentes. O que esperamos de um celular? Para cada pessoa, a resposta será distinta. As câmeras da série Galaxy são ótimas, mas, por conta da mágica da integração entre software e hardware, o iPhone 7 é também excelente. Mas as baterias, depois de uns meses de uso, vão deixando a desejar.

Quantos de nós não levamos carregador para o trabalho? Como viajo muito, meu celular ideal não é nem um, nem o outro. É um Moto Z2, por conta da bateria extra acoplável. As fotos não são tão boas, mas a integração com a arquitetura Google é excepcional, dar ordens por voz já me é a coisa mais natural do mundo. Siri funciona mal e os Samsung escondem as melhores características do Android.

Andy Rubin, criador do Android, lançará este ano o aparelho Essential Phone. A tela ocupa a frente toda como o iPhone X, o corpo mistura titânio com cerâmica de ponta. Também vem com duas câmeras de 13 megapixels atrás. Minimalista, elegante. Android puro como Pixel e Motorolas, sai por US$ 699 lá. Quase US$ 500 de diferença para o iPhone de topo, num aparelho que também traz uma grife do Vale do Silício.

Não custa reiterar: iPhones e Galaxies são celulares tão excepcionais quanto bonitos. Mas, na hora de fazer sua escolha por um novo aparelho, inclua entre as possibilidades pelo menos estes três. Moto Z2, Pixel e Essential. São igualmente aparelhos de ponta, os três rodam Android puro — o que é uma qualidade — e seus preços são competitivos. Talvez não sejam tão comuns e suas fotografias não estejam espalhadas por tudo quanto é shopping center do País. Mas, a seu modo, esta também é uma qualidade.

Os cinco aparelhos têm uma característica fundamental para a nova geração de celulares: câmera dupla atrás. Elas são necessárias para que realidade aumentada funcione bem. E 2018 vai ser o ano da realidade aumentada.

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