O que é preciso para trabalhar no Twitter; Google ou Facebook?

Empresas de tecnologia com escritório e vagas abertas no Brasil dizem o que esperam de um candidato

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Por Redação Link
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Nana SoaresEspecial para o Estado

Se você é criativo, familiarizado com o mercado digital e sabe trabalhar em equipe, você tem o perfil que as maiores empresas de tecnologia do mundo procuram. Companhias como o Twitter, o Google e Facebook têm escritórios abertos no Brasil e regularmente abrem vagas para recrutar novos talentos alinhados com a cultura digital.

“A maioria das grandes empresas do ramo tem uma cultura bem mais aberta e voltada à inovação, e por isso buscam profissionais com iniciativa. É uma lógica que parte mais de baixo para cima do que o contrário”, diz Luis Testa, diretor de marketing da Catho Empresas. Segundo Testa, essa é uma característica muito própria do mercado da tecnologia.

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O diretor afirma também que há problemas que a área enfrenta como um todo, como falta de mão-de-obra qualificada, mas que não atingem tanto as mega companhias, que são atrativas aos olhos dos profissionais e tendem a ter grande oferta de trabalho qualificado à disposição. Ou seja: se você sonha em trabalhar em uma dessas empresas, a concorrência é grande.

Geralmente, os escritórios brasileiros dessas empresas são mais voltados para a área de negócios e outras que lhe dão suporte, não focando tanto em tecnologia. No Facebook, por exemplo, a gerente de recrutamento para América Latina, Carolina Verdelho, explica que a área comercial responde pela maioria das posições. “Mas como a operação está crescendo, temos diversificado cada vez mais os perfis que buscamos.”

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Usuários

Mas isso não quer dizer que os funcionários não devam estar atentos a isso. Pelo contrário: é unânime a importância de usar os serviços, a fim de entender a fundo os detalhes de cada plataforma.

“Se alguém me disser que sonha em trabalhar no Twitter”, diz Francine Graci, gerente de aquisição de talentos da rede de 140 caracteres, “meu primeiro conselho é usar o Twitter”. Segundo ela, é extremamente necessário saber para que serve a ferramenta e o que a torna única.

“A pessoa precisa usar, entender e se divertir no site, ter experiência como usuário antes de trabalhar no Twitter. Assim, ela pode tirar suas próprias conclusões, saber o que funciona e o que não funciona e entender o que significa trabalhar numa empresa que produz esse tipo de conteúdo”, diz Francine.

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O que a recrutadora da companhia destaca é que a área de social media, além de ser recente, é dinâmica, o que implica que não há candidatos “prontos” no mercado. “Consideramos experiente uma pessoa que trabalha com isso há 4 ou 5 anos”, diz ela.

Por isso, a procura é por candidatos com conhecimento do mercado digital, ainda que não de maneira formal. Além disso, a capacidade de adaptação às novas realidades é outra característica extremamente desejável para as grandes empresas do mundo digital.

“O dinamismo é uma característica do online”, lembra Luis Testa. “Você não sabe o que vai acontecer a médio ou mesmo a curto prazo, então os profissionais precisam ser muito dinâmicos e capazes de se adaptar facilmente”, diz.

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Daniel Borges, gerente de recrutamento e seleção para o Google da América Latina, explica que a empresa também procura candidatos nessa linha, que gostem do mundo da tecnologia e tenham afinidade com a cultura da companhia. “Mas não existe fórmula para ser contratado”, pontua. O Google preza também por candidatos que saibam resolver problemas complexos e que tenham liderança e iniciativa, independente do cargo almejado.

São valores parecidos com os que a gerente de RH da Microsoft Brasil, Daniela Sicoli, busca. Como ela explica, “uma empresa de tecnologia é fundamentada em capital intelectual, por isso nossa maior busca é por pessoas com muita imaginação, criatividade e visão de futuro”, diz. Segundo Daniela, a companhia está direcionando os investimentos para as áreas de mobilidade e nuvem, e os interessados em trabalhar na Microsoft não precisam ter, necessariamente, formação nessas áreas.

“Nós já tivemos até biólogo liderando projetos de parceria. Olhamos menos o currículo formal e mais os valores essenciais para a empresa”, afirmou ela. Outro ponto que a recrutadora considera essencial é que o candidato esteja buscando uma carreira, e não um trabalho pontual. “Miramos pessoas ágeis, comunicativas, com alto poder de decisão e altamente motivados”, completa.

Já no Facebook “determinação e imaginação são palavras-chave para quem quer construir uma carreira”, diz Carolina Verdelho. “As pessoas que trabalham no Facebook são autênticas e audaciosas em um ambiente de trabalho divertido e com diversidade, onde possam fugir do lugar comum e fazer coisas de um jeito diferente das outras.”

Idioma

Nas empresas multinacionais, falar inglês é essencial. Embora nem toda companhia declare que o conhecimento é imprescindível para o candidato, a realidade é que quem trabalha no ramo está lidando com uma realidade que não se limita às fronteiras nacionais.

“Eu diria que o inglês é nossa língua oficial”, afirma Daniela Sicoli, gerente de RH da Microsoft Brasil. Ela justifica que a fluência no idioma é muito importante porque os contratados da empresa atuam globalmente e, com frequência, têm que buscar aprendizado no exterior.

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No Twitter, a gerente de aquisição de talentos Francine Graci diz que o idioma não faz tanta diferença no dia-a-dia do trabalho, mas sim para crescer dentro da empresa, já que os treinamentos de desenvolvimento interno são feitos em inglês. “É mais importante do Twitter para dentro do que do Twitter para fora”, explica ela.

Já na avaliação do diretor de Marketing da Catho Empresas, o inglês e a vivência internacional destacam-se como duas competências das mais importantes na atualidade. O idioma porque o funcionário trabalha em contato com o mundo todo e a vivência internacional por conta da experiência de morar fora e entender questões como o choque de culturas e a ligação entre pessoas de origens diferentes. “Fora isso, em empresas globais, você sempre pode ser transferido ou ainda receber pessoas de outros lugares”, diz Luis Testa.

Diversidade

Outra palavra-chave das grandes empresas de tecnologia é a diversidade. Apesar de, seguindo a linha de suas matrizes, as filiais brasileiras não divulgarem dados demográficos do quadro de funcionários, elas afirmam levar isso em consideração na hora de contratar. No ano passado, o Google e o Facebook divulgaram relatórios globais que mostraram pouca diversidade interna e comprometeram-se a agir para mudar esse quadro.

A Microsoft Brasil, apesar de não divulgar os dados, afirmou que a empresa empenhou-se recentemente em aumentar o número de mulheres trabalhando na área de TI. “Sabemos que a média gira em torno dos 27% e, na Microsoft, estamos na casa dos 30%. Ficamos felizes com este resultado, mas ainda queremos mais”, disse ela, que reforçou que é “fundamental” ter diversidade e ter a sociedade representada dentro da empresa, especialmente por estarem no ramo criativo.

Em relação à idade, as empresas têm perfil variado, embora o mundo tecnológico seja mais intuitivo para os mais jovens. “Não é que haja preferência por faixa etária ou formação, é que o perfil que as empresas procuram é mais comum entre quem está entrando no mercado de trabalho, mas isso não exclui os outros”, avalia Luis Testa.

O Twitter tem funcionários entre 20 e 50 anos e afirma não ter restrições etárias para a contratação. A rede social está com inscrições abertas para um programa de estágio, que pretende agregar pessoas ainda mais jovens à lista. Segundo Francine Graci, a empresa busca garantir diversidades como a sexual e a racial internamente: “É ela [a diversidade] que traz riqueza cultural e garante um ambiente saudável a longo prazo”.

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O Google Brasil também não divulgou dados nesse sentido, mas o gerente de recrutamento afirmou que há forte compromisso com a diversidade, e que a empresa só consegue desenvolver produtos relevantes para os usuários se tiver, em seu corpo de funcionários, pessoas que representem os mais diversos grupos.

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