O que muda na vida de quem aprende a programar?

Confira relatos de três pessoas de diferentes idades que mudaram de vida depois de aprenderem a lidar com códigos

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Por Redação Link
Atualização:

Rodrigo CapeloEspecial para o Estado

‘Quero criar um app que ajude muita gente’

 

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Introduzida no mundo da programação pelo Ismart, instituto que cede bolsas em escolas particulares de primeira linha a jovens de baixa renda, Giovanna Costa de Freitas, de 13 anos, já desenvolveu três aplicativos. O primeiro, “Magia da Demi”, reúne informações sobre a cantora Demi Lovato e conseguiu 126 mil fãs no Facebook. O segundo agrega tudo sobre miastenia grave, doença neuromuscular que o pai dela possui. E o terceiro foi apresentado no último sábado em um evento do Google, sobre como melhorar a vida com a tecnologia. Todos agregam informações num lugar só. Giovanna estuda programação cerca de cinco horas por dia, depois que chega em casa da escola, e hoje incentiva amigas a criar aplicativos por meio de códigos que já aprendeu. “Mexo e fuço muito. Gosto de aprender na prática”, conta. Ela sonha trabalhar com isso no futuro e em criar um app mais avançado. “Quero algo que fique famoso e ajude muita gente”, diz.

De aluna a professora de códigos

 

Juliana Freitag, de 36 anos, teve o primeiro contato com códigos aos 17 anos, num bacharelado em informática. Sofreu um pouco para reprogramar o próprio cérebro. “Foi difícil porque na programação quebramos um problema em vários menores para encontrar soluções, e isso tem que ser organizado na cabeça em uma linguagem totalmente diferente do português e do inglês”, diz ela. Levou tempo, muito estudo, muito esforço, mas ela pegou o jeito. Hoje é professora do Instituto de Computação da Unicamp, em Campinas, e participou do projeto chamado Android Smart Girls que ensinou programação a meninas do Ensino Médio. Como projeto final, elas desenvolveram os próprios aplicativos com a ajuda de mentoras. Foi um jeito de incluir o sexo feminino nos códigos. Teria gostado de aprender a programar mais cedo, por isso mesmo incentiva seus dois filhos, de dois e quatro anos, a conhecer programação antes mesmo da fase de alfabetização.

‘Aposto no ensino de programação’

 

Nascido numa família de educadores, cujo pai é biológo e a mãe empreendedora, Marcos Soledade, de 25 anos, gostou de computadores logo que se “entendeu por gente”. Uma tia que trabalhava no departamento de TI de uma grande empresa trazia livros para ele estudar, mas programação, mesmo, só foi conhecer quando fez um curso técnico aos 15 anos. Na época, ele enfrentou alguma dificuldade. “Aprendi algumas coisas, mas elas estavam descontextualizadas”, conta. “Programei um conversor de graus Fahrenheit em Celsius, mas não sabia como usar aquilo”. Ele começou a ligar os pontos aos 17, quando entrou na graduação. Abriu sua empresa aos 21. Trata-se da Sílabe, que oferece ferramentas para escolas e universidades e treinamentos para empresas pela internet. “Acredito no uso das competências da programação, como raciocínio linear, estratégico, e a divisão de problemas em partes menores, para pensar na educação de uma forma diferente.”

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