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O robô Scooba também fascina as crianças

Robôzinho faz o trabalho de limpar o chão da casa

Por Redação Link
Atualização:

Quando era jovem, sempre achei que “robô” significasse uma engenhoca com braços, pernas e cabeça. Ainda lembro de como me senti enganado quando vi na TV um robô numa fábrica de automóveis que nada mais era senão um braço que perfurava peças de metal. E aposto que não fui o único a sentir isto. Aposto que todas as crianças têm este momento de decepção quando se deparam pela primeira vez com uma profusão de robôs.

Os robôs da iRobot são algo intermediário. Eles têm alguma personalidade e pensamento autônomo, mas não andam e nem dizem “Sim, mestre” num tom monocórdio. O primeiro produto famoso da iRobot, o Roomba, era um pequeno aspirador de pó que parecia lembrar quais eram as áreas do piso pelas quais ele já tinha passado.

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Depois veio o Scooba, uma máquina de lavar pisos. A ideia era a mesma: um sujeitinho redondo que passeia em zigue-zague pelo chão, aplicando sabão, água e escovando à medida que se desloca.

Agora existe um Scooba mais novo e mais barato, o modelo 230. Este custa US$ 330, e não US$ 400 ou US$ 500 como seus predecessores. Também é menor, o que o ajuda a limpar atrás dos móveis. Na realidade eu nunca tinha experimentado um destes, então enchi os reservatórios dele com a solução de limpeza (US$ 12 o vidro, com rendimento para 64 operações de limpeza robotizada), e o larguei no chão da minha casa. Havia escovas, orifícios de sucção e uma espécie de esfregão sob o chassi inferior, que é removível, lavável e pode ser trocado (na caixa vêm três peças sobressalentes).

Como no caso do aspirador Roomba, a lógica deste “robô” nem sempre é evidente. Ele acompanha o contorno de uma parede, e então avança espontaneamente para o centro da sala. Dá para enlouquecer tentando adivinhar o motivo de ele ir para onde vai — ignorando algumas áreas óbvias na primeira vez, passando duas vezes sobre outros trechos. Mas, se deixar o robô fazer seu trabalho sozinho e voltar mais tarde, você perceberá que ele de fato conseguiu limpar tudo. Ao esvaziar o tanque de água suja, é surpreendente ver quanta porcaria estava espalhada pelo chão.

(Como um aparelho tão pequeno pode ter espaço para armazenar o fluido de limpeza e a água suja? Ora, enquanto o tanque de fluido de esvazia, o tanque de água suja se enche. Muito engenhoso.)

Por outro lado, quando nos afastamos somos privados do prazer de assistir enquanto o aparelhinho se ocupa de suas funções, algo que sou obrigado a reconhecer que é muito divertido. Meu filho de 6 anos podia ter acompanhado o ciclo completo de limpeza (20 minutos para um cômodo pequeno) sem se entediar. (Uma carga da bateria, completa em 8 horas, é suficiente para a limpeza de dois cômodos pequenos.)

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Como o Roomba, o Scooba vem acompanhado do que parece ser um par de apontadores elétricos de lápis. Cada um deles emite um raio invisível que o robô não pode cruzar. É assim que confinamos o Scooba a um determinado cômodo ou a uma determinada área. Estes objetos deixaram meu filho fascinado, usando estes emissores para controlar o Scooba como se ele fosse um domador de leões empunhando chicotes.

Os dois grandes problemas do Scooba são, em primeiro lugar, o fato de ele não contar também com um aspirador de pó, como seus antepassados mais caros, e por isso o usuário pode preferir varrer o chão antes de ativá-lo. Em segundo lugar, apesar de sua eficácia surpreendente, o Scooba não é perfeito. Houve pontos que não foram totalmente limpos. O vigoroso uso de um esfregão teria proporcionado um resultado bem superior.

Mas é melhor do que nada, certo? Levando-se em consideração que tudo o que precisamos fazer é apertar um botão e deixar o aparelho trabalhar, a capacidade do Scooba de lavar o chão de maneira silenciosa, eficiente e automática é bastante impressionante. Até que surja um servo robótico humanoide capaz de se comunicar pela fala e disposto a atender a todos os nossos desejos, pequenos avanços robóticos como o Scooba são um intrigante primeiro passo.

* Texto originalmente publicado em 07/04/2011.

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