O viral do ano

O sul-coreano de 34 anos que virou fenômeno com sua galopada esquisita diz que não quer ser conhecido apenas pelo seu vídeo

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Por Redação
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O sul-coreano de 34 anos que virou fenômeno com sua galopada esquisita diz que não quer ser conhecido apenas pelo seu vídeo engraçado que bateu recorde no YouTube

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Melena Ryzik, do The New York Times

NOVA YORK – Existem fenômenos culturais globais, e existe o “Gangnam Style”. O vídeo viral da canção pop sul-coreana teve mais de 400 milhões de visualizações no YouTube e se tornou o vídeo mais apreciado da história do site. Seu estilo exuberante e sua dança de cavalo galopante invisível inspiraram centenas de homenagens, de cadetes da academia militar de West Point a prisioneiros filipinos.

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O homem por trás do hit, o artista sul-coreano de 34 anos conhecido como Psy (abreviatura de psycho; seu nome é Park Jae-sang), é um astro conhecido há anos na Coreia do Sul: “Gangnam Style”, que é também o nome de um bairro de luxo de Seul, aparece em seu sexto álbum, Psy’s Best 6th Part 1!. Mas mesmo Psy estava despreparado para a reação mundial a seu último single.

“Eu faço isso há 12 anos, somente para a Coreia, e não para o exterior”, disse ele por telefone de Seul. “Não esperava algo assim. O que posso dizer? Foi tudo tão rápido.” “Gangnam Style” atingiu o primeiro lugar nas paradas britânicas e o segundo, por enquanto, nos Estados Unidos, e também chegou ao topo da lista de downloads na China e também no topo do iTunes no Brasil. Depois de postar elogios no Twitter sobre a canção, o agente de Justin Bieber, Scooter Braun, contratou Psy, e uma música em inglês pode ser a primeira colaboração entre os dois.

Mas Psy também pretende representar seu país, e seu gênero, K-pop. “Há uma grande variedade de músicos na Coreia do Sul”, disse ele. “Não posso dizer que eles são os melhores do mundo, mas posso dizer que os artistas sul-coreanos são realmente artistas dinâmicos, por isso eu vou mostrar isso de agora em diante. Se tiver a chance, quero apresentar alguns de meus amigos.”

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Depois de uma breve turnê nos Estados Unidos, Psy se apresentou num show de boas-vindas em Seul, no começo deste mês, que atraiu quase 80 mil fãs e fechou o centro da cidade. “É como se fosse a Copa do Mundo”, ele disse algumas horas antes do show. Depois de meses, a mania “Gangnam” não mostra sinais de desaceleração, rendendo esquetes cômicos na TV americana e passos de dança para exercícios físicos.

Psy, porém, tem ambições ainda maiores no rock and roll. “Para os Estados Unidos e o mundo, eu sou conhecido somente como uma canção engraçada e uma música engraçada, e um sujeito de vídeo engraçado”, disse ele. “Mas na Coreia estou fazendo um dos maiores shows. Não é uma apresentação de dance music. Eu toco com uma banda, por isso eu transformo cada música em um rock. Vou fazer alguns shows mais tarde e você vai vê-la”. Em seguida, trechos editados da conversa.

Quando sentiu que “Gangnam Style” seria um hit diferente? Lancei a música em 15 de julho e não vi nada por 10 dias. Dez dias depois, vi algumas repercussões no YouTube em outras línguas. Muitas celebridades falaram do meu vídeo no Twitter. A essa altura, eu percebi que a coisa estava acontecendo.

Ele também virou uma dança de casamento. (Risos) Não creio que seja uma dança adequada para casamentos. Não é uma dança formal, é uma dança brega! Mas mesmo assim, gosto dela.

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Como criou os passos? Estudei muito para encontrar algo novo. Passei quase um mês para encontrar a dança do cavalo. Meus coreógrafos e eu passamos umas 30 noites pensando qual é a minha próxima dança. Na Coreia há enormes expectativas com a minha dança. A pressão é muito grande.

Você ouve muita música dos Estados Unidos? Todos os músicos na Coreia aprendem o pop dos americanos – nós nos inspiramos nele. Eu estive no festival iHeartRadio em Las Vegas e quando caminhava por um corredor alguém me parou e disse: “Você é o Psy?” E falou: “Eu sou Jon Bon Jovi”. Eu cresci ouvindo Bon Jovi desde “You Give Love a Bad Name”, então foi um momento foi realmente muito tocante. Nós tiramos uma foto e postamos no Facebook. É incrível.

Você estudou na Universidade de Boston e no Berklee College of Music. Você se formou? Não, fui calouro por quatro anos – as aulas começavam cedo demais para mim.

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Mas a escola de música influenciou seu gosto? Na época, eu tentava ser compositor, e não cantor. Não posso aprender criação com outra pessoa, eu mesmo preciso fazer. Agora, honestamente, eu lamento não ter estudado – não sei nada sobre harmonias, por isso é muito difícil quando componho uma canção.

Que tipo de música você escutava enquanto crescia? Meu modelo de vida e herói é Freddie Mercury, do Queen. Sua habilidade como compositor, eu nem chego perto, mas sua presença de palco eu aprendi nos vídeos. Se tiver chance, quero me encontrar com o Queen e dizer o quanto me inspirei neles. Queen e Bon Jovi, Aerosmith e Guns N’ Roses – tive uma grande fissura por bandas de rock. Eu toco um pouco de bateria.

Como foi sua transição do rock para o seu som? Tentei compor uma música – estava nos EUA e só dava hip-hop, entre 1999 e 2000. Eu me inspirei naquele tipo de música: Tupac, Notorious B. I. G., Dr. Dre, Eminem, Snoop Dogg. Mas meu espírito e meu plano é tocar – é uma mistura agora, estou fazendo dança roqueira ou rock dançante.

O que faz quando não está se apresentando? Eu bebo. É o meu maior hobby.

/Tradução de Celso Paciornik

—- Leia mais:Link no papel – 22/10/2012

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