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Obama manteve vigilância de e-mails

Presidente teria dado continuidade a programa iniciado em 2001 por Bush para coletar dados de e-mails de usuários

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Por Anna Carolina Papp
Atualização:

Presidente teria dado continuidade a programa iniciado em 2001 por Bush para coletar dados de e-mails de usuários

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SÃO PAULO – Por mais de dois anos, o governo de Barack Obama permitiu que a Agência Nacional de Segurança (NSA) desse continuidade a uma operação que coletava uma vasta amostra de registros detalhando o uso de e-mail pelos americanos, de acordo com documentos secretos obtidos pelo jornal britânico The Guardian.

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Relatório confidencial do inspetor geral da NSA, publicado pela primeira vez nesta quinta-feira, 27, mostra que o programa de vigilância secreto que fornecia informaçõesde e-mail e internet ao governo norte-americano foi autorizado em setembro de 2001, após os ataques terroristas, sob a administração do então presidente George Bush, tendo sido paralisado em 2011.

No entanto, o jornal afirma que a NSA iniciou novas operações de coleta e análise de registros de e-mails. De acordo com o documento, a agência começou a “coletar metadados em massa” envolvendo “comunicação com ao menos um dos usuários fora dos Estados Unidos ou quando não se sabia se os usuários eram cidadãos dos Estados Unidos”.

Metadados são informações a respeito de outros dados, e não o conteúdo em si. Um metadado de um telefonema pode indicar o tempo da ligação ou entre quais outras ligações foi efetuada, por exemplo – não a própria conversa.

Os metadados coletados pela NSA por ao menos uma década detalham contas para as quais os americanos enviaram e-mails e das quais receberam mensagens. Eles também mostram endereços de IP usados por cidadãos norte-americanos – informações que podem revelar sua geolocalização. O conteúdo dos e-mails não estaria incluso.

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Shawn Turnet, diretor de comunicações da Inteligência Nacional do governo de Obama, negou a retomada do programa criado na administração de Bush. “A coleta de metadados de internet autorizada pela Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa) – controversa lei que autoriza a coleta de informações de inteligência sem ordem judicial – foi descontinuada em 2011 por motivos operacionais e de recursos, e não foi reiniciado”, afirmou ao jornal.

Prism. O vazamento acontece três semanas após o ex-funcionário da CIA e da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden ter revelado aos jornais The Guardian e The Washington Post a existência de programa de vigilância chamado Prism, pelo qual os Estados Unidos teriam acesso aos dados de usuários provenientes de nove empresas e serviços, como Facebook, Microsoft, Google e Yahoo.

O programa também obrigava a companhia telefônica Verizon a entregar ao governo dados da atividade telefônica fixa e celular de todos os seus clientes, com autorização de 25 de abril e 19 de julho deste ano.O relatório incluiria quem fez a ligação, quando ocorreu e o tempo de duração, mas não permitiria ao governo ouvir as conversas.

Após o Prism vir à tona, o governo norte-americano se amparou na Fisa e no Ato Patriota, legislações que permitem a compilação de dados pessoais com propósitos antiterroristas.

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