Obama se diz contra criptografia em smartphones
Presidente americano faz coro ao lado de primeiro-ministro britânico e candidato à reeleição David Cameron
19/01/2015 | 17h22
Por Redação Link - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – O presidente americano Barack Obama disse que forças de segurança e de inteligência (como agentes do FBI e da NSA) deveriam ter acesso a mensagens de aplicativos móveis protegidos por criptografia.
Apple, Google, Microsoft, Facebook e Yahoo adotaram criptografia em vários de seus serviços e aplicações após 2013, quando o ex-técnico contratado pela NSA, Edward Snowden, vazou informações de que agências de segurança e inteligência americana e britânica monitoravam, coletavam e processavam secretamente dados de usuários e empresas de diversos países.
Quem verbalizou frase semelhante na semana passada foi o primeiro-ministro britânico David Cameron, em defesa dos interesses das agências MI5 e GCHQ.
“Vamos permitir meios de comunicação que simplesmente não podemos ler?”, disse Cameron, em referência a apps como WhatsApp, Snapchat, Telegram e outros. “Minha resposta a essa pergunta é: não, nós não devemos permitir.”
“Os ataques em Paris demonstraram a escala dessa ameaça que enfrentamos e precisamos ter poderes mais robustos através das nossas agências de inteligência e segurança para manter nossa população em segurança”, disse.
Obama seguiu na mesma linha e levantou a questão como “problema” pois, “ao encontrar evidência de uma armação terrorista”, “mesmo tendo número do celular, endereços de redes sociais e e-mails” eles não conseguem “penetrar o serviço”.
Além disso, o presidente americano disse que os responsáveis pelas empresas no Vale do Silício também gostariam de resolver esse problema, segundo o Wall Street Journal. “Eles são patriotas”, disse Obama.
O especialista em tecnologia e membro da ACLU (União pelas liberdades civis americanas), Christopher Soghoian questionou a fala do presidente. “Como em um mesmo discurso você pode falar de melhorar a cibersegurança e reclamar de criptografia?”
Comentários
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.